A Educação Precisa de Respostas | 27/09/2012 06h05min
A paisagem noturna das escolas municipais de Ijuí, no Noroeste, mudou depois da série de cinco incêndios criminosos que causaram danos a quatro colégios desde julho. A calmaria deu lugar à segurança armada em frente aos portões. Na rede estadual, principal alvo dos vândalos, a estratégia prevê a instalação de câmeras de vigilância.
Profissionais de uma empresa de segurança foram contratados para proteger as escolas municipais até o fim do ano. Os guardas trabalham com um sistema de revezamento, dando prioridade para escolas em bairros mais afastados do centro ou com mais alunos. O secretário municipal de Educação, Eleandro Lizot, prefere não revelar o número de guardas por questão de segurança:
— Depois do primeiro incêndio, em julho, resolvemos intensificar a proteção e contratar guardas.
O reforço na proteção busca tranquilizar pais, alunos e educadores. Para a operadora de caixa Luciana Simon, 37 anos, mãe de duas alunas do Instituto Municipal de Ensino Assis Brasil, a sensação é de alívio com a atitude.
— Saber que tem alguém capacitado protegendo a escola deixa os pais mais tranquilos — garante.
Apesar do revezamento dos guardas e de todas as 24 escolas municipais terem sistema de segurança monitorada, a Escola Municipal Fundamental Estado do Amazonas foi alvo de um incêndio criminoso no dia 21 de setembro, que danificou a porta e uma parede do local. O fogo foi controlado por moradores. Por isso, o estado é de alerta permanente, mesmo com o reforço na segurança.
Na rede estadual, 21 escolas da região de Ijuí devem receber câmeras de vigilância, segundo a 6ª Coordenadoria Regional de Educação. A lista inclui as escolas Ruy Barbosa e São Geraldo, alvos de incêndios recentemente. Ainda não há prazo para a instalação, pois os projetos estão em fase de licitação. A Escola Técnica Estadual 25 de Julho, uma das atingidas, já tinha o sistema, que não foi útil para identificar os vândalos. Mesmo assim, a CRE espera que a estratégia iniba novos atos.
Além disso, serão intensificadas as atividades do Comitê Participativo de Prevenção à Violência nas Escolas, formado após a série de vandalismo no município. A ação prevê um curso de formação para professores sobre mediação de conflitos, que seguirá em outubro.
Polícia ainda não sabe quem são os vândalos
Ainda sem identificar os responsáveis pelo vandalismo, a Polícia Civil monitora a situação de suspeitos, que seriam adolescentes, e também segue ouvindo depoimentos. Os detalhes não foram revelados para não atrapalhar as investigações.
— Até o momento, não há provas que sustentem a suspeita de que dois grupos de adolescentes estariam disputando poder por meio do vandalismo — afirma a delegada regional Carla Mussi.
A Brigada Militar mantém o patrulhamento próximo às escolas com efetivo reforçado durante a madrugada, ação iniciada há duas semanas. Policiais do setor administrativo integram os mutirões.
Os ataques
— 18 de julho: Incêndio danifica parte do cômodo que abrigava materiais de limpeza na Escola Estadual São Geraldo.
— 4 de setembro: a escola São Geraldo volta a ser alvo de incêndio, com dano em classes, cortinas, cadeiras, paredes e o teto das salas de aula.
— 11 de setembro: um incêndio criminoso atinge a sala da direção e parte da biblioteca da Escola Estadual Ruy Barbosa. Foram destruídos cinco computadores, geladeira, freezer, ventilador e documentos.
— 13 de setembro: três salas da Escola Técnica Estadual 25 de Julho são atingidas por incêndio. Cortinas, classes e cadeiras são destruídas.
— 21 de setembro: vândalos atearam fogo em uma lata de lixo e a deixaram na porta da Escola Municipal Fundamental Estado do Amazonas.
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