Ensino Superior | 26/09/2012 22h01min
O reitor Furb, João Natel, e a reitora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Roselane Neckel, se manifestaram nesta quarta-feira sobre a carta aberta aprovada na plenária do Comitê Pró-Federalização repudiando o termo de cooperação para a parceria entre universidades.
Natel esclareceu que estava viajando e só voltou da Suécia terça-feira à noite. Ressaltou que a opinião do Comitê Pró-Federalização não corresponde à posição da comunidade acadêmica, já que o Conselho Universitário não avaliou o caso ainda. Ainda ontem, a Furb divulgou nota oficial informando que continua negociando com a UFSC um modelo que seja favorável às duas universidades.
Por e-mail, Roselane disse que "não há, com base na legislação federal em vigor, uma possibilidade de estabelecer a parceria proposta pela Furb", mas garantiu que as duas instituições vão se reunir para construir um modelo. Disse ainda, sobre o termo de cooperação, que "pode garantir que nada foi feito de maneira arbitrária e irresponsável".
O anúncio de que Blumenau teria uma universidade federal a partir da Furb completou um ano em agosto, mas as instituições não chegaram a um entendimento sobre o modelo ideal para a implantação do ensino gratuito. Em agosto, o Ministério da Educação aprovou a parceria mediante o termo de cooperação sugerido pela UFSC. A carta de repúdio veio terça-feira à noite, após o Comitê Pró-Federalização ter acesso ao conteúdo do documento.
Confira a entrevista com o reitor da Furb, João Natel
Jornal de Santa Catarina - Quando o senhor teve acesso ao termo de cooperação?
João Natel - Dois dias antes de viajar para a Suécia. Recebi o documento dia 13 e viajei dia 15. Em seguida, passei aos diretores das unidades da Furb. Voltei a trabalhar nesta quarta-feira. O assunto nem foi discutido ainda com o Conselho Universitário. Não se trata de uma posição fechada da UFSC. Nunca disseram que a parceria precisava ocorrer em cima das diretrizes do termo de cooperação. Este foi um esboço feito ao MEC. Enviamos uma consulta à UFSC, dia 14, questionando se o documento é conclusivo e a formação do grupo de trabalho. Acredito que o termo faz parte do processo, mas não é final. Por isso , considera essas colocações de repúdio precipitadas.
Santa - Já esperava esta reação?
Natel - Preciso esclarecer que não é uma reação da comunidade acadêmica porque o Conselho Universitário não foi consultado. A contestação ao termo é a posição dos que estavam na plenária terça-feira. Só o conselho tem poder deliberativo para então dizer que a universidade é contra. Este não é o posicionamento oficial. O processo está em aberto.
Santa - Qual a sua opinião sobre o termo?
Natel - Acho que isso é um pedido da UFSC ao MEC. Tanto é que, na última vez que estivemos na universidade federal, a reitora se posicionava por mais cursos e falava no envolvimento dos servidores na universidade. Ela já tinha uma visão diferente de algumas coisas citadas neste documento. Não vou avaliar com valores de justeza, não estamos discutindo isso. Não é um documento determinativo da UFSC. A universidade fez uma consulta ao MEC, mas não chamou a FURB e disse que viria a Blumenau mediante as diretrizes deste termo. Jamais!
Santa - E qual o próximo passo?
Natel - Esperamos resposta ao expediente enviado à UFSC dia 14. Santa - O processo não está muito lento? Natel - Esperava que fosse mais rápido, mas troca ministro, trocam pessoas e cada um quer fazer do seu jeito, isso acaba gerando demora.
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