Educação Básica | 25/09/2012 08h27min
Há uma onda de disciplina, boas notas e autoestima no ar da Escola Estadual Augusto Ruschi, em Santa Maria. E essa onda é sonora. Está na voz, nos ouvidos e nos boletins de alunos que descobriram no rádio uma nova ação de cidadania e de aprendizado a partir do microfone da Rádio Ruschi. Desde 2008, alunos fazem oficinas de rádio com o auxílio de acadêmicos monitores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Professores também participaram de cursos de capacitação para coordenar a rádio, que foi inaugurada no dia 6 de setembro. Agora, com equipamentos para a produção dos programas, o espaço está aberto para que professores de todas as disciplinas contribuam com conteúdos tratados em sala de aula.
Sem estrutura suficiente, gravado nas salas de aula e com a ajuda de acadêmicos de Jornalismo da UFSM, já era possível veicular, com apoio e disposição dos alunos – e um pouco de timidez –, programas produzidos integralmente por eles no intervalo das aulas em 2010. Ouvir a própria voz nos alto-falantes motiva a aluna do 5º ano do Ensino Fundamental, Erika da Silva Flores, 11 anos.
– Dá uma emoção muito grande ouvir a nossa voz, e não é uma coisa que faça parte da rotina. É muito legal – diz a aluna, que pretende manter boas notas no boletim, o que deve garantir a presença dela em outros programas.
Participar da Rádio Ruschi é tratado como mérito pelos alunos. O diretor da escola, Danclar Rossato, comemora a possibilidade de tratar sobre temas ligados à cidadania, à cultura e à segurança, além de matérias curriculares.
– A rádio funciona como ferramenta de discussão, e o envolvimento e a interação dos alunos favorecem. Todos os alunos têm demonstrado crescimento na aprendizagem, na disciplina e até na conservação do patrimônio – afirma o diretor.
A programação vai ao ar na entrada das aulas e nos intervalos de cada um dos três turnos. Além disso, deve servir de apoio nas coberturas de eventos realizados pelo colégio. Uma das coordenadoras da rádio, a professora Silvânia Neu explica que a expectativa dos alunos de produzir e ouvir o conteúdo aumenta a autoestima, e isso tem consequência no desempenho escolar.
– O aluno se sente valorizado e aprende novas tecnologias, melhora a oratória e a dicção. Isso melhorou a vida deles – diz Silvânia.
Com a autoestima em alta e a participação no rádio, o reflexo é perceptível nas notas. A professora Rosane Callegaro, que também coordena o projeto, destaca que, com os alunos mais confiantes, o aprendizado flui automaticamente.
– Tenho alunos que viviam de cabeça baixa, quietos. Com a rádio, eles têm outra visão, erguem a cabeça para falar – observa Rosane.
Este ano, o projeto deve abranger também os estudantes do Ensino Médio da escola. Desde 2011, o projeto Rádio Escola é desenvolvido nas escolas Érico Veríssimo e Padre Caetano, em Santa Maria, e na escola Hilda Köetz, em São Pedro do Sul.
Alunos como Henrique Marques Ruiz (de boné), Philipe Costa e Pâmela de Medeiros estão envolvidos no projeto da escola
Foto:
Jean Pimentel
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