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Educação Básica  | 24/09/2012 05h05min

Secretaria da Educação implantará sistema de avaliação de escolas estaduais

Seap analisará, uma vez por ano, os 2,5 mil estabelecimentos de ensino no Rio Grande do Sul

Itamar Melo  |  itamar.melo@zerohora.com.br

A Secretaria Estadual da Educação lança nesta terça-feira um modelo de avaliação escolar que promete envolver pais, alunos, professores e funcionários.

O chamado Sistema Estadual de Avaliação Educativa (Seap) analisará, uma vez por ano, um conjunto de 50 indicadores, da infraestrutura à área pedagógica, em cada um dos 2,5 mil estabelecimentos de ensino estaduais.

As comunidades escolares vão conceder conceitos de 1 a 5 para esses 50 tópicos, distribuídos em seis grandes áreas. Os conceitos de cada escola ficarão disponíveis para consulta online. Segundo o secretário estadual da Educação, Jose Clovis Azevedo, o sistema permitirá saber de forma detalhada a situação de cada colégio e das Coordenadorias Regionais de Educação.

— Vamos saber como está a gestão ou a participação da comunidade, por exemplo, dentro de cada escola. Não é uma avaliação centrada no resultado, mas nos processos que levam aos resultados. Teremos condição de saber o que levou uma escola a ter um bom ou um mau desempenho no Ideb — afirma o secretário.

As escolas terão até outubro para se prepararem e tomar conhecimento do software disponibilizado pela secretaria. Em novembro e dezembro, as comunidades farão o processo de avaliação. Os conceitos serão colocados na internet, por meio do software, até o final do ano. Segundo a secretaria, os resultados servirão de base para intervenções. Azevedo diz que a detecção de problemas em determinada escola ou região servirá para orientar as medidas de correção por parte do governo. Da mesma forma, exemplos de sucesso serão disseminados para outros estabelecimentos.

O novo sistema prevê também uma fase de avaliação externa. Ao longo do primeiro semestre de 2013, especialistas de universidades serão convidados a se debruçarem sobre os dados e analisar o que está certo, o que está errado e o que pode ser feito para melhorar a qualidade da escola estadual. Eles vão apresentar conclusões e sugestões.

A perspectiva do governo é de que, como as escolas receberão conceitos numéricos, será possível ter um diagnóstico da situação na área de cada uma das

coordenadorias regionais — propiciando uma avaliação do trabalho feito por cada uma delas e pela própria secretaria. Como a avaliação será anual, o Seap é visto também como uma ferramenta para acompanhar a evolução da rede ao longo do tempo.

— A intenção é que seja uma fonte excelente e poderosa para melhorar a gestão das escolas, das coordenadorias e da secretaria — diz Azevedo.

 

Rejane de Oliveira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Cpers):

"Não precisamos de um sistema de avaliação para saber que a situação das escolas é ruim, que o governo não investe, que não existem laboratórios, que falta material didático. O governo tenta mascarar a falta de políticas públicas para a educação por meio desses mecanismos de aferição."

Berenice Cabreira da Costa, vice-presidente da Federação das Associações e Círculos de Pais e Mestres do RS:

"Quando lança essas novidades, a Secretaria Estadual da Educação nunca consulta ninguém. A coisa é feita de dentro para fora. Ficamos em posição de paisagem, sabendo das coisas só pelos meios de comunicação. Diferentemente do Cpers, queremos participar, mas não somos chamados."

 

COMO VAI FUNCIONAR

A avaliação

- O Seap é um sistema por meio do qual alunos, professores, funcionários e pais vão avaliar anualmente as 2,5 mil escolas estaduais gaúchas.

O que vai ser avaliado

- Cada escola receberá uma nota de 1 a 5 em seis diferentes dimensões:

1) Gestão institucional

2) Espaço físico

3) Organização e ambiente de trabalho

4) Políticas para acesso, permanência e sucesso na escola

5) Formação dos profissionais da educação

6) Práticas pedagógicas e de avaliação

Como serão dadas as notas

- A nota final em cada uma das seis dimensões será a média das notas concedidas a um conjunto de indicadores.

- Na dimensão gestão institucional, por exemplo, será avaliada a situação da escola em 18 indicadores.

- Ao todo, são 50 indicadores distribuídos pelas seis dimensões.

Como será o processo de avaliação

Diagnóstico: a avaliação será feita anualmente, entre outubro e dezembro. Em um momento inicial, conselhos escolares apresentarão um diagnóstico, incluindo dados como desempenho no Ideb.

Debate: cada segmento (alunos, professores, funcionários e pais) vai debater o diagnóstico da escola. Nas maiores, esses segmentos escolherão delegados para a decisão final.

Assembleia: na etapa final, os diferentes segmentos deverão conceder as notas.

Registro: as avaliações serão registradas por cada escola em software.

Avaliação externa

- No primeiro semestre do ano que vem, especialistas de universidades vão realizar uma análise dos resultados.

Consulta online

As notas de cada escola poderão ser consultadas por qualquer pessoa em um site.

Para que vai servir

Complementação: a Secretaria da Educação entende que o Seap complementará as avaliações que existem hoje, como o Ideb.

Intervenção: os resultados serão utilizados pelo governo para tomada de decisões.

Evolução: permitirá acompanhar a evolução de cada escola e coordenaria, identificando se está ocorrendo avanço.

Envolvimento: há expectativa de que o sistema promova o maior envolvimento dos pais com a escola.

 

Sistema prevê exame para alunos

Uma das novidades do novo sistema de avaliação estadual é a realização de provas em disciplinas não abarcadas pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), promovido pelo Ministério da Educação.

O Ideb leva em conta apenas o conhecimento dos alunos em português e matemática, o que pode contribuir para o desempenho modesto das escolas gaúchas no índice. Para tirar a dúvida, a SEC decidiu aplicar a uma amostra de alunos da rede estadual uma prova em outras disciplinas, nas áreas de ciências sociais (como história e geografia) e ciências da natureza (como biologia, física e química).

— Queremos fazer uma avaliação integral, para ter um quadro melhor e ver se há distorção no Ideb. Às vezes, o aluno é muito bom em uma disciplina e não tão bom em outra. Isso o Ideb não capta — afirma o secretário estadual da Educação, Jose Clovis Azevedo.

A ideia é fazer a prova do Seap no mesmo ano que a Prova Brasil, utilizada para calcular o Ideb, avaliando as mesmas séries. A primeira prova será no ano que vem. Apenas uma amostra de estudantes será submetida ao exame estadual. Em cada região gaúcha, serão selecionadas algumas escolas que tiveram desempenho ruim, médio e bom no índice federal. Não serão examinadas as disciplinas de português e matemática:

— Não faz sentido replicar o que já é feito. Seria botar dinheiro fora para chegar a um resultado que já conhecemos — explica Rosa Mosna, que trabalha na elaboração do Seap.

Tadeu Vilani / Agencia RBS

Comunidades escolares vão conceder conceitos de 1 a 5 para os 50 tópicos
Foto:  Tadeu Vilani  /  Agencia RBS


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