Educação Básica | 12/09/2012 05h14min
Os módulos provisórios nos quais alunos da rede estadual terão aulas a partir do segundo semestre do ano que vem, enquanto suas escolas estiverem em reforma, já são realidade em Eldorado do Sul. O modelo previsto pela Secretaria Estadual da Educação (SEC) é o mesmo adotado há um mês na Escola Estadual de Ensino Fundamental Sergipe.
Enquanto aguardam a construção de um prédio definitivo, os 280 alunos da instituição têm aulas nos módulos feitos de placas à base de cimento, com isolamento térmico e acústico. A estrutura conta com nove salas de aula, biblioteca, banheiros, setor administrativo e um corredor coberto. No verão, vão ganhar ar-condicionado. A estrutura não lembra as chamadas escolas de lata, as polêmicas salas de aula instaladas em contêineres metálicos pela própria SEC no passado.
— A Escola Sergipe foi a primeira que compramos e é o nosso piloto — afirma Roberto Adornes, diretor administrativo adjunto da SEC.
A partir do começo do segundo semestre de 2013, o governo dará início à reforma integral de 1.028 das 2,5 mil escolas estaduais. Como as obras serão profundas, em alguns casos com um ano de duração, milhares de estudantes terão de ser realocados. A preferência será por espaços na própria escola ou em estabelecimentos próximos, mas a SEC acredita que será necessário montar as estruturas provisórias em alguns casos, se possível no próprio pátio do estabelecimento.
— Os módulos serão usados apenas como último recurso, se houver falta de salas de aula — diz Adornes.
Ainda não há previsão de quantas escolas e quantos alunos precisarão das estruturas. Dependerá dos projetos de reforma. A secretaria acredita que, em geral, serão utilizados módulos de duas a cinco salas. Caso espaços como cozinha e biblioteca estejam comprometidos pelas obras, poderão ser transferidos para a escola modular.
Os módulos são desmembráveis e reutilizáveis. O plano do governo é aproveitá-los em estabelecimentos ao longo do processo de reforma, que em uma fase posterior deve ser estendido a escolas não incluídas no grupo inicial de 1.028 em situação precária.
Além da Escola Sergipe, a SEC já adquiriu modulares para estabelecimentos em São Gabriel e Alegrete. Os fornecedores são empresas gaúchas, escolhidas por licitação, mesmo processo que será utilizado no ano que vem.
Os modelos temporários
A ESTRUTURA
— Os módulos terão um esqueleto de aço galvanizado e paredes de placa cimentícia (feita a partir de cimento), com isolamento térmico e acústico. O piso será emborrachado. Os alunos ficarão sob um teto de PVC. A cobertura terá telhas onduladas. Resistentes ao fogo, os módulos serão desmontáveis e reutilizáveis. O custo é de R$ 1,7 mil por metro quadrado, o que significa cerca de R$ 45 mil por sala.
A CONFIGURAÇÃO
— O desenho dos módulos dependerá da necessidade de cada escola. A expectativa é de que sejam usadas entre duas e cinco salas em cada módulo. Essas salas não serão isoladas. Eles terão um corredor coberto e iluminado.
AS COMODIDADES
— As salas terão portas e janelas convencionais e ar-condicionado. Conforme a necessidade, a estrutura provisória poderá incluir, além de salas de aula, espaços para cozinha, biblioteca, banheiro e setor administrativo.
AS ESCOLAS DE LATA
— Entre 2009 e 2010, no governo de Yeda Crusius, alunos de escolas estaduais de Porto Alegre, Gravataí e Caxias do Sul viveram a experiência de ter aulas em contêineres metálicos. A transferência ocorreu para a realização de obras nas escolas. A principal reclamação era em relação à temperatura. As chamadas escolas de lata eram geladas nos dias frios e abafadas nos dias quentes — o material escolar dos alunos incluía toalhas para secar o suor. Outros motivos de protesto eram o espaço exíguo, que em alguns casos abrigava turmas de até 38 alunos, a ventilação ruim e a má acústica, que piorava nos dias em que a chuva batia na lata.
Mais recursos para obras e maior endividamento
Os recursos para construção das escolas virão do novo empréstimo assinado ontem pelo governo estadual com o Banco Mundial, no valor de US$ 480 milhões (R$ 970 milhões).
Além disso, o Ministério da Fazenda aumentou o limite para contratação de financiamentos do Rio Grande do Sul, que deve resultar em melhorias em rodovias e aeroportos regionais.
Na sede do Banco Mundial em Brasília, o governador Tarso Genro e a diretora do órgão no Brasil, Deborah Wetzel, assinaram contrato de empréstimo. Os programas de Qualificação e Modernização das Escolas Estaduais, com ênfase em reformas, e de Democratização da Gestão das Escolas, receberão a maior parte dos recursos, R$ 125,5 milhões no total. Do primeiro repasse, previsto para ser depositado ainda no mês de setembro, R$ 46 milhões serão investidos em 45 escolas de 35 cidades, informou o governo.
No caso do aumento do limite autorizado pelo Ministério da Fazenda, o Rio Grande do Sul poderá contratar novos empréstimos no total de R$ 731 milhões para contrapartidas na execução de convênios com recursos federais, para aplicação em projetos envolvendo melhorias em infraestrutura de transportes (rodovias e aeroportos regionais), regularização urbana e fundiária, apoio ao desenvolvimento do setor privado e da inovação tecnológica. Também estão previstos investimentos no Programa de Obras Rodoviárias do Estado, com obras de pavimentação de acessos municipais, ligações asfálticas regionais e duplicação de rodovias.
ZERO HORA
Modelo seguirá o padrão da Escola Estadual de Ensino Fundamental Sergipe, de Eldorado do Sul
Foto:
Ane Daniele Paulon
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