Remuneração | 07/09/2012 14h58min
Caxias do Sul – A presidente do Centro dos Professores do Estado do RS (Cpers/Sindicato), Rejane de Oliveira, comandou uma plenária ontem em Caxias do Sul para tratar do piso nacional do magistério. O encontro ocorreu dois dias após governadores de seis Estados, entre eles Tarso Genro, entrarem com uma ação no Supremo Tribunal Federal contra a lei que cria o piso para professores da rede pública. Rejane visitou escolas e falou ao Pioneiro.
Pioneiro: O que a senhora veio dizer aos profissionais daqui?
Rejane de Oliveira: Estamos colocando a situação do piso nacional, conforme a lei que está em vigor e foi criada em 2008, quando Tarso assinou essa lei junto com o presidente Lula e até hoje não cumpriu. Estamos trazendo a triste notícia de que o governador, que tinha dito que iria tirar o Rio Grande da situação de inconstitucionalidade em que a ex- governadora Yeda (Crusius) colocou, entrou com uma ação, junto com mais cinco Estados, tentando descaracterizar o valor do piso, questionando os critérios de reajuste e questionando, inclusive, o fato de a União ter estabelecido um piso nacional para os Estados pagarem. O piso é de R$ 1.451, além de um terço de hora-atividade para o pensar pedagógico, para a correção de provas e preparação de material para que possamos garantir uma educação de qualidade.
Pioneiro: Tarso afirma que os professores gaúchos já ganham o piso nacional.
Rejane: O governador sabe que o que ele está dizendo não é uma verdade. O piso é R$ 1.451 para 40 horas semanais como o básico do plano de carreira. É até uma vergonha para o Rio Grande do Sul que um estadista vá para a imprensa dizer coisas que nós podemos provar com facilidade que não são verdadeiras. Nossa vinda aqui hoje (ontem) é para dizer à categoria que vamos precisar lutar. Se o governo não compreende a linguagem da negociação, não compreende a linguagem da mobilização, nós teremos que nos preparar para um enfrentamento para buscar aquilo que é nosso, o que já conquistamos na lei e que, infelizmente, não está sendo implementado pelo governo.
Pioneiro: Qual é o salário de um professor que ingressa na rede estadual?
Rejane: Ingressa com R$ 438,40 para 20 horas semanais. Nosso plano de carreira é para 20 horas e quem tem 40 horas recebe o dobro desse valor.
Pioneiro: A senhora diz que a categoria precisa se preparar. Para a greve?
Rejane: Estamos preparando nossa categoria para o enfrentamento. Estamos em negociação. Até agora, na negociação, o governo não está pagando o piso. Fazemos mobilização, campanhas, estamos denunciando através de outdoors as políticas do governo, mesmo assim não está adiantando. A categoria, em suas instâncias, vai decidir qual ferramenta vai usar para enfrentar o governo e obrigá-lo a pagar o piso. Se o governo não pagar o piso, faremos greve.
Rejane de Oliveira questiona declarações do governador Tarso Genro
Foto:
Adriana Franciosi
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