Aumentar o investimento em educação costuma ser uma das soluções apontadas para melhorar a qualidade de ensino no país. Mas, afinal, quanto os governos investem na educação pública da Serra? E quem investe mais obtêm, efetivamente, resultados melhores? Segundo levantamento do Pioneiro, no ano passado, os 64 municípios do Nordeste Gaúcho aplicaram R$ 534 milhões. Caxias, sozinha, investiu 29,5% desse montante.

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), os municípios devem investir anualmente pelo menos 25% da receita resultante de impostos (receita líquida) na manutenção e desenvolvimento do ensino público. Na Serra, todas as prefeituras cumpriram a meta em 2011, embora poucas tenham ultrapassado de forma expressiva o índice. A média geral dos municípios fechou em 27,89%.

Os destaques são Bento Gonçalves, Farroupilha e Jaquirana, que aplicaram mais de 33% em 2011. O investimento das duas primeiras cidades parece ter dado resultado. Recentemente foi divulgado o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) pelo Ministério da Educação, e Bento mostrou crescimento gradual nos índices nos últimos anos. Farroupilha sedia uma das melhores escolas do ranking do Ideb nos anos iniciais. Em Jaquirana, por fim, o investimento acima da média foi insuficiente para o índice aumentar em relação aos outros anos, sequer fez a cidade se destacar em relação a outros municípios.

O dado comprova que o alto investimento, por si só, não melhora a educação. A coordenadora de ensino integrado da Faculdade da Serra Gaúcha (FSG) e doutoranda em Educação, Rozeunice Pacífico, ressalta que, antes de aplicar a verba pública, é necessário identificar efetivamente os principais gargalos de cada município:

_ Fazer uma relação direta de qualidade e investimento é complicado. Antes de aplicar os gastos, é preciso analisar exatamente onde os recursos serão investidos. Normalmente falta uma leitura adequada de toda a situação.