Entrevista | 06/09/2012 16h55min
Mais investimentos no professor e implantação da escola de turno integral são ações que tendem a qualificar a educação brasileira, opina Dilvo Ristoff, professor titular da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Por isso, elas deveriam ser adotadas com urgência por parte dos governantes, defende o pesquisador. Ristoff esteve recentemente na Serra gaúcha, durante a 9ª edição do Seminário de Pesquisa em Educação da Região Sul - Anped Sul, que ocorreu na Universidade de Caxias do Sul (UCS).
Ex-pró-reitor de graduação da UFSC, o estudioso foi, por mais de quatro anos, diretor de Estatísticas e Avaliação da Educação Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC), tendo participado do processo de construção e implementação do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). Formado em Letras, doutor pela University of Southern Califórnia, de Los Angeles, e autor de diversos livros, Ristoff concedeu entrevista ao Pioneiro.
Segundo ele, a baixa qualidade da educação básica, conferida pelos sistemas de avaliação existentes no país, se deve, principalmente, pelo fato de o Brasil ainda estar no processo de transição de um sistema de acesso de elite para um sistema de acesso universal. Outro fator que pesa negativamente é a falta de professores com formação específica nas disciplinas da educação básica, como Física, Química, Sociologia e Filosofia, por exemplo. Diante desse cenário, ele indica algumas atitudes pontuais que deveriam ser adotadas pelo poder público.
— É preciso melhorar a atratividade da profissão do professor, com salários equivalentes a outras profissões com o mesmo nível de escolaridade, carreira promissora, progressão por mérito, formação continuada em nível de especialização, mestrado e doutorado. Deve-se instituir de vez a escola de tempo integral, como ocorre em países avançados, e salvar o ensino médio, com um Fundeb mais agressivo e propostas curriculares mais inteligentes, com uso das tecnologias da informação e comunicação. Outra ação necessária é garantir a sustentabilidade da expansão, dos salários, da melhoria da qualidade, com aplicação de 10% do PIB na próxima década — lista Ristoff.
De acordo com o pesquisador, a comunidade também pode contribuir na busca de melhorias no campo educacional. Discutir, se informar, conhecer melhor os problemas e suas causas e se manifestar sobre o que acha errado são atitudes que o pesquisador aconselha.
— Os cidadãos podem, principalmente, escolher representantes nas várias esferas de governo que tenham propostas para a educação e, depois, exigir deles o cumprimento dos compromissos assumidos — acrescenta.
Acompanhe a entrevista completa na edição impressa do Pioneiro desta quinta-feira.
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