Educação Básica | 04/09/2012 09h14min
Altos índices de reprovação e evasão, bullying, além de problemas de infraestrutura são realidade de milhares de escolas brasileiras, e, dentro e fora da instituição de ensino, há quem esteja acostumado com maus resultados, violência e precariedade. Mas a guerra contra o conformismo e a inação foi estabelecida em muitas escolas, e, depois de batalhas diárias, já há quem cante vitória.
A reportagem do Diário visitou três dessas instituições em Santa Maria: Oscar Grau, Manoel Ribas e Martinho Lutero. Cada uma achou alternativas para trazer melhorias à vida escolar.
A Oscar Grau implementou um projeto de convivência pacífica entre colegas após uma violenta briga de alunas que, filmada, foi parar na internet. A mobilização da comunidade escolar do colégio Manoel Ribas permitiu que a escola tenha um nível de conforto e segurança pouco comum entre as escolas públicas. Já a Martinho Lutero fez uma aposta ousada para reverter os altos índices de reprovação e evasão escolar: adotou o controvertido sistema de aprovação automática.
Se por um lado o protagonismo das escolas é louvável, segundo especialistas, a instituição de ensino não deveria carregar sozinha o fardo de solucionar problemas tão graves.
_ Não podemos eximir o papel do Estado e das políticas públicas que têm, historicamente, olhado para os índices educacionais apenas para alimentar relatórios de organismos internacionais e, no caso da política, como uma agenda para promessas eleitorais _ afirma Valeska Fortes de Oliveira, professora titular do Departamento de Fundamentos da Educação do Centro de Educação da UFSM.
Conforme Dermeval Saviani, professor Emérito da Universidade de Campinas (Unicamp), a solução da gama de desafios do dia a dia escolar passa por um comprometimento público dos governos em fazer da educação prioridade máxima da nação.
_ Quanto às experiências ditas exitosas de algumas escolas, não creio que esse seja o caminho, por várias razões. Em primeiro lugar, porque esses casos não são generalizáveis. Em segundo lugar porque a magnitude do problema do ensino no Brasil é de tal ordem que não pode ser enfrentado a partir de casos isolados por mais bem sucedidos que sejam _ opina Saviani.
Sociedade deve ajudar educadores a resolver os problemas
Já para Fernando Reimers, professor de Educação Internacional da Fundação Ford e diretor do Programa de Políticas Educacionais Internacionais da Universidade de Harvard, é saudável que os educadores cultivem suas habilidades para resolução de problemas.
_ A educação deve cultivar a ação, a voz e a eficácia das pessoas. Nós precisamos auxiliar os educadores a desenvolver suas habilidades de resolução de problemas. Nós precisamos substituir o viés contemplativo muito presente na educação pela ênfase no cultivo de uma educação orientada para ação, pela disposição de criar e de transformar o mundo e nossas circunstâncias _ conclui Reimers.
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