Maria Montessori talvez nunca tenha sido tão popular quanto no dia de hoje. Na data em que completaria 142 anos, a educadora recebeu uma homenagem do gigante da internet, o Google. O Doodle — desenho que substitui o logo do buscador mais acessado do mundo — de hoje traz ilustrações de ferramentas utilizadas pelo método montessoriano.

A referência não vem à toa: Larry Page e Sergey Brin, fundadores da empresa, estudaram em escolas que utilizavam a pedagogia conhecida por estimular a atividade, a individualidade, a liberdade e o respeito à natureza.

A feminista e médica italiana desenvolveu no final do século 19 um método de ensino que, mesmo 60 anos após sua morte, segue sendo utilizado ao redor do mundo. Ainda que não seja muito popular no Brasil, o método Montessori pode ser encontrado em escolas do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

— O ensino montessoriano ainda é pouco procurado. Aqui no Rio Grande do Sul existem poucas escolas, e nem todas seguem o método de maneira completa. É difícil atrair os pais com um ensino que não é voltado para a 'decoreba'— comenta Susana Campos, diretora da escola porto-alegrense Constructor.

Um dos pontos centrais do ensino pensado por Maria Montessori é focar no espírito crítico dos estudantes. Em uma época em que a internet é cada vez mais utilizada para expor opiniões e críticas, o caso da estudante Isadora Faber surge como um exemplo de que os jovens podem ser atuantes no processo de aprendizado. A estudante catarinense fez sucesso ao criar no Facebook a página Diário de Classe, relatando os problemas de sua instituição de ensino. A escola da menina, entretanto, não utiliza o método Montessori.

— O exemplo da Isadora é positivo, pois revela o espírito crítico, que busca a resolução de problemas. A internet é um canal que pode ser usado. É importante incentivar o aluno a pensar por si mesmo, a ser criativo — afirma a irmã Marli Schlindwein, que dirige a escola Menino Jesus, de Florianópolis.

Conheça alguns métodos de Montessori:

— Salas de aula com idades mistas

— Estudantes respondem pelos próprios atos

— Estudantes escolhem suas atividades, a partir de opções predeterminadas

— Sessões contínuas de atividade

— Turma em disposição circular, com materiais lúdicos e pedagógicos à disposição

— Modelo construtivista de descoberta