Entre a plateia que acompanhou o lançamento da campanha "A Educação Precisa de Respostas", no estúdio da RBSTV, ontem, surgiram as primeiras manifestações, otimistas, sobre os efeitos que a mobilização da sociedade gaúcha e catarinense pode gerar para qualificar a educação. Autoridades e especialistas em educação enfatizavam a importância de uma iniciativa como a que presenciavam e encaravam como um convite para que a sociedade participe da discussão e reforce a cobrança de um ensino melhor.

A campanha também repercute entre os leitores. Em apoio à iniciativa, mensagens chegam às caixas de e-mails de colunistas do jornal. Eram manifestos que não apenas parabenizavam, mas também representavam o que está por vir: a união de esforços, entre sociedade e esferas públicas, por um futuro de adultos alfabetizados com excelência.

DEPOIMENTOS

— Este é o início de um debate altamente positivo, que deve ser feito com muita abertura, muita prudência e seriedade. Não pode se tornar um debate de posições ideológicas, nem conflitivo. Tem de ser um debate de elaboração de estratégias comuns entre a sociedade civil, municípios, Estados e a União. Foi um início brilhante, o ministro Mercadante colocou coisas extremamente importantes, inclusive sobre o Rio Grande do Sul, que tem um bom ensino embora ainda precise melhorar muito.

TARSO GENRO
Governador do Rio Grande do Sul


— A educação tem um viés comunitário e familiar. Então a campanha complementa a educação, ela amplia o espaço da sala de aula. Fiquei encantado com a proposta e participarei dela com toda força. Campanhas como esta trazem o tema para o debate, e com qualidade. Ela contribui para a conscientização sobre a educação, aumenta o número de informações necessárias para a análise da educação no país.

RAIMUNDO COLOMBO
Governador de Santa Catarina


— Considero essa campanha muito positiva. A educação só vai melhorar se a sociedade cobrar isso. Fico muito contente de ver que se está discutindo qualidade do ensino. Antes, só interessava saber se a criança estava na escola ou não. Hoje não. Uma boa escola é aquela em que o aluno passa de ano e aprende. Espero que essa discussão faça a sociedade acordar para a importância da educação, que é fundamental tanto nas escolas públicas como na rede privada.

RUBEN KELIN
Pesquisador e consultor da Fundação Cesgranrio


— A iniciativa é excelente. A educação, de fato, precisa de respostas. Acho que muita coisa foi colocada hoje nesse panorama de ampla diversificação, com o ministro, secretários de Educação. Há muita coisa para ser discutida. E uma coisa pouco valorizada é a questão das aulas de laboratório, sobretudo para o Ensino Médio. Não se pode conceber mais uma escola, como lembrou o professor Mozart, do século 19 para alunos do século 21. O lugar certo para estudar e fazer experimentos é o laboratório.

FERNANDO BECKER
professor da UFRGS


— O grande problema da educação no Brasil é a falta de conhecimento da população sobre a real situação da escola dos seus filhos. Há uma falsa impressão de qualidade que gera um quadro de inércia geral. É fundamental, portanto, que haja um esforço por parte dos veículos de comunicação para atingir os familiares e mostrar a verdadeira dimensão do problema; colocar em questão a educação não apenas de uma maneira genérica, mas dar aos pais instrumentos com os quais possam saber a real qualidade da escola de seus filhos. No momento em que a RBS toma para si essa bandeira, comprometendo-se não apenas em falar de uma forma genérica sobre a educação, mas de se dispor a colocar o dedo na ferida e apontar os problemas, surge a possibilidade de uma profunda mudança de quadro.

GUSTAVO IOSCHPE
Economista e especialista em Educação


— Eu estava (na tarde ontem) em um evento com professores de Stanford e conversávamos justamente sobre a importância do envolvimento da imprensa nesse processo de crescimento da opinião pública no país. Sem a participação da sociedade demandando educação de qualidade nada acontece.

PRISCILA CRUZ
Diretora-executiva do Todos Pela Educação


— A minha história escolar é mais ou menos assim: sou filho de mãe solteira analfabeta, criado pela avó também analfabeta. Por um esforço de minha avó, estudei até a 5ª série num pequeno colégio municipal que havia perto da minha casa, no final dos anos 60 e início dos anos 70. Aos 23 anos cheguei à faculdade de Administração. A maior lição que tive de minha avó foi a de sempre respeitar e zelar pelos professores, funcionários e pela escola pois ela será a única ponte que fará você atravessar o grande rio que separa da ignorância e da miséria. Meus filhos estudam em escolas públicas, por esta razão fico muitíssimo entusiasmado quando vejo uma empresa como a RBS abraçando esta causa. Sou voluntário. Se precisarem, podem contar comigo.

CARLOS DUARTE
Empresário em Esteio


— Parabéns à família RBS pela belíssima campanha que ora é lançada. Acompanhamos os questionamentos e propostas na expectativa de que possam surgir melhorias na educação _ o que, consequentemente, levará à uma sociedade muito melhor. Sou professora há 36 anos. Faço tudo com um amor tão grande, mas tão grande pelos alunos e pela escola que você nem pode imaginar. Sinto que é o meu dever. Escolhi ser professora. Incentivo tanto os alunos para que alguns deles também se motivem a ser professores. É urgente a revolução na educação.

MELITA INEZ GATTO 
Professora aposentada de Tapera