MEC | 28/08/2012 05h08min
Se somos um povo pacífico, ordeiro, criativo e empreendedor; se somos o maior país da América do Sul e a sexta economia do mundo; se temos uma democracia consolidada e desfrutamos de plenas liberdades; se contamos com uma produção agrícola exuberante, uma indústria forte e um promissor parque tecnológico; se a renda do trabalhador brasileiro está aumentando e milhões de pessoas estão ascendendo socialmente; se temos recursos naturais abundantes para promover a qualidade de vida de 190 milhões de brasileiros; se reduzimos significativamente o analfabetismo e ampliamos a rede escolar, por que o Brasil ocupa o constrangedor 88º lugar no ranking mundial de educação medido pelo Relatório de Monitoramento Global da Unesco entre 164 países?
Se temos uma juventude saudável; se nos orgulhamos da mistura racial de nossa população; se somos pentacampeões mundiais de futebol e multilaureados na alegria do Carnaval; se nossos talentos esportivos brilham nas competições internacionais; se nossas crianças e adolescentes são recordistas no uso de internet e de novas tecnologias digitais; se praticamente eliminamos as disparidades de gênero no acesso ao ensino e nossas mulheres conquistam cada vez mais espaço no mercado de trabalho; se nove entre 10 jovens brasileiros sonham com uma profissão que beneficie a sociedade; se as crianças e adolescentes brasileiros contam com um dos mais modernos códigos de proteção do mundo, por que 34,5% dos alunos do Ensino Médio não estão na série correspondente a sua idade?
Se 90% dos nossos jovens têm orgulho de serem brasileiros e 75% acreditam que o país está mudando para melhor; se está comprovado que a escolaridade é a principal porta da ascensão social; se o magistério é uma profissão digna e admirada pelas crianças, que amam as mestras quase como uma segunda mãe; se a sociedade reconhece a importância dos educadores na formação dos brasileiros do futuro; se existe um déficit significativo de docentes no Ensino Médio e Fundamental; se a era digital representa um desafio para profissionais que realmente desejam fazer a diferença, por que apenas 2% dos estudantes querem seguir a carreira de professor?
Se o progresso de um povo depende do desenvolvimento da matemática; se essa disciplina é a base de todas as ciências e todas as artes; se o domínio dos números e das operações é decisivo para o sucesso numa sociedade competitiva; se o desenvolvimento tecnológico está fundamentado em cálculos e logaritmos; se o Brasil é a terra de Malba Tahan, o professor, educador e pedagogo que usou álgebra e aritmética para escrever maravilhosos contos ao estilo das Mil e Uma Noites; se somos um povo criativo e vocacionado para os mais intrincados desafios, por que 89% dos estudantes chegam ao final do Ensino Médio sem aprender matemática?
Se o país já oferece escola para praticamente todas as crianças em idade escolar; se as escolas brasileiras vêm adotando sucessivos antídotos para a repetência, entre os quais a progressão continuada, e algumas redes públicas não mais reprovam nas três primeiras séries; se o trabalho infantil, um dos motivos do afastamento dos estudantes das escolas, está proibido no Brasil; se os jovens brasileiros têm facilidade para dominar as complexidades da tecnologia digital; se a infância e a adolescência são os períodos da vida em que o cérebro humano está mais propenso ao aprendizado, por que a maioria dos alunos brasileiros não aprende o esperado para a sua idade?
Se a escola é o caminho mais seguro para a formação dos jovens e para ascensão social de camadas expressivas da população; se a idade escolar é um dos períodos mais importantes e significativos da vida de um ser humano; se é nessa época que melhor se desenvolvem valores positivos, como a camaradagem, a ética e a cooperação; se um bom aluno será, sem muita margem para erro, um cidadão ordeiro, responsável e produtivo; se a oferta de aprendizado é a melhor herança que as famílias podem deixar para suas crianças e adolescentes; se a educação é reconhecida como o passaporte para um futuro digno, por que muitos pais não participam da vida escolar de seus filhos?
O ALUNO É A PRIORIDADE
O Brasil está na antessala do futuro.
Já é a sexta economia do mundo, vive uma era de pleno emprego, a renda per capita dos brasileiros ultrapassou os US$ 10 mil e nosso país começa a ser reconhecido como potência mais do que emergente no novo mundo multipolar.
É um país que cresce e que conseguiu reformatar sua pirâmide social, mas que ainda precisa superar obstáculos decisivos para alcançar o pódio do desenvolvimento. O maior deles é o déficit educacional, que continua excluindo gerações de brasileiros das promissoras oportunidades que se abrem para o nosso país.
São constrangedoras nossas posições nos rankings internacionais: 88º lugar entre 127 nações na aferição da Unesco; 53º em leitura e ciências e 57º em matemática, entre 65 países no Pisa, que é a avaliação educacional mais importante do mundo; temos um percentual de 9,6% de analfabetos e apenas uma universidade entre as cem melhores do mundo. Rio Grande do Sul e Santa Catarina ostentam bons indicadores sociais, mas ainda estão longe da excelência na área educacional.
O Grupo RBS não aceita esta realidade.
Temos compromissos históricos com o desenvolvimento econômico e social dos dois Estados do Sul e acreditamos que a educação é a arma mais poderosa para transformar as pessoas e tornar o mundo melhor. Fazem parte do DNA desta organização a responsabilidade social, a atenção aos jovens, a promoção dos valores locais e da cultura regional.
Por isso, orientado desde a sua fundação pela crença de que uma empresa de comunicação deve ter responsabilidade diferenciada para com o público, a RBS decidiu concentrar suas ações e seus investimentos sociais na educação, com prioridade nos estudantes e o propósito transparente de mobilizar a sociedade no sentido de participar do processo, fiscalizando a qualidade do ensino e valorizando a escola, os professores e as práticas inovadoras.
Neste contexto, ao completar 55 anos de fundação, o Grupo RBS reafirma o compromisso de colocar todas as suas empresas e seus veículos de comunicação a serviço da qualificação da educação nos Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, por meio das seguintes ações que compartilha com a sociedade:
Compromissos da RBS
1 — Divulgar temas relacionados ao ensino com foco prioritário no interesse dos estudantes
2 — Valorizar a escola como centro de saber e espaço para o desenvolvimento individual e coletivo dos alunos
3 — Dar visibilidade aos indicadores de qualidade da educação, especialmente às avaliações das escolas
4 — Defender a valorização dos profissionais do ensino
5 — Mobilizar a sociedade para participar ativamente no processo educacional, estimulando os pais a se tornarem agentes fiscalizadores da qualidade da aprendizagem
6 — Destacar e premiar iniciativas inovadoras e positivas de ensino, para que sirvam como referência de qualificação
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