| 05/05/2012 07h01min
O recreio começou cedo para cerca de 180 alunos da Escola Estadual Básica Vicente Silveira, no Bairro Passa Vinte, em Palhoça, na sexta-feira, mas não terminou. Por volta das 9h30min, uma equipe da Defesa Civil visitou a unidade, após uma denúncia, e decretou a interdição do pavilhão em que estudavam seis turmas de primeira, terceira e quinta série.
De acordo com o diretor da Defesa Civil, Nelson Paiva, foram constatados o rompimento de uma viga de sustentação, adensamento do solo e deslocamento lateral do prédio, comprometendo gravemente a estrutura.
Para a Associação de Pais e Professores, a situação é fruto de negligência do Estado.
Secretaria foi comunicada
A direção garantiu que o caso vinha sendo comunicado à Secretaria de Desenvolvimento Regional.
— No início de 2012, o problema se agravou e começaram a aparecer rachaduras. Nós já mandamos cinco ofícios para a secretaria, mas, ninguém veio nem verificar - revolta-se um professor, que prefere não ser identificado nesta reportagem.
Pai diz que ficou apavorado
A escola, com 800 alunos, também possui janelas quebradas, portas consumidas por cupins, fiação elétrica comprometida e pias tombadas nos banheiros. Em março, uma chuva derrubou o muro que separa os fundos da escola do Cemitério do Passa Vinte.
O segurança Jefferson Borges denunciou à Defesa Civil, que vistoriou e interditou a escola vistoriar a escola. Ele conta que ficou chocado com a situação do prédio em que a filha, Jéssica, de nove anos, estuda.:
— Quando eu vi aquela viga lá embaixo, me apavorei. Peguei a minha filha e ela não volta até resolverem.
Festa para arrecadar verba
Membro da Associação de Pais e Professores, o comerciante Paulo Roberto Fontes não se surpreendeu com a notícia da interdição, pois já lida há 10 anos com os entraves da escola onde o filho mais velho se formou, e o caçula, Cauê, de 12 anos, continua a frequentar.
— No ano passado ele estudava bem nesse pavilhão que foi interditado. Tinha um ventilador em cima da carteira dele que estava quase caindo. Isso foi outra briga — recorda.
Para ajudar a resolver parte dos problemas, os pais costumam organizar festas e arrecadar verba.
— Não é a nossa função, mas não tem outro jeito — diz Paulo.
Reunião
A administração da escola aguarda orientação da SDR para proceder com os alunos sem salas de aula. Na segunda-feira, a Associação de Pais e Professores pretende se reunir para discutir a solução. O gerente da Secretaria de Estado da Educação Mário Benedetti, explica que é possível que as aulas sejam em horários intermediários, mesmo com períodos reduzidos. Isto será compensado depois que a estrutura estiver em ordem. "Nosso objetivo é que ninguém fique sem aulas".
Contraponto
O diretor geral da Secretaria de Desenvolvimento Regional Flávio Bernardes alega ter sido informado apenas ontem da situação da escola, quando recebeu um único ofício da direção - encaminhado em 30 de abril - que alertava sobre o estado da estrutura. De acordo com ele, entre segunda e terça-feira, uma equipe do órgão deve finalizar um relatório sobre as reais condições da instituição: com este estudo, será aberto um processo licitatório para providenciar uma reforma urgente no local. A expectativa, segundo Flávio, é que as três salas de aula sejam entregues entre 60 e 90 dias.
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