| 08/03/2012 20h57min
Enquanto professores da rede municipal de Florianópolis descartaram, nesta quinta-feira, a possibilidade de greve depois de aceitarem as propostas salariais da prefeitura, os docentes da rede estadual se encaminham para uma assembleia estadual, marcada para o dia 15, na Capital, que pode votar pela paralisação. Na pauta, a exigência do reajuste de 22,22% no piso salarial.
Mesmo sem terem recebido o que pediam — o cumprimento da lei nacional do piso, que passou de R$ 1.187 para R$ 1.451 — os professores municipais entenderam que tiveram ganhos com a proposta apresentada pelo município. Um dos diretores do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal (Sintrasem), Alex Sandro dos Santos, relata que a prefeitura aceitou cumprir a hora atividade, a partir de 2013, prevista pela legislação e que determina 30% da carga-horária dos educadores sejam dedicados para preparação de aulas, correção de provas e trabalhos.
— Isso para nós é muito importante. É fundamental para manter a qualidade do ensino — ressalta Santos.
Além disso, a prefeitura irá incorporar gratificações ao salário base gradativamente. Em 2015, os docentes terão ganhos de 30%.
— Não chega nem perto do que seria necessário para cumprir a lei do piso. Para se chegar ao valor do piso seriam necessários, hoje, 40% de aumento — observa.
Outro ganho dos funcionários foi o reajuste do salário mínimo de R$ 536 para R$ 622.
Assembleia faz parte de movimento nacional
Já os professores do Estado pedem o cumprimento imediato do valor do reajuste de 22,22%. Eles estarão reunidos na próxima quinta-feira, 15, no CentroSul, em Florianópolis, quando não haverá aulas. A coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte), Alvete Bedin, explica que, como a categoria está em estado de greve, será pauta de votação o retorno à paralisação, que, em 2011, durou 62 dias.
O governo se comprometeu em apresentar um plano de aplicação da lei até a próxima semana, quando representantes do Sinte devem se reunir com o Secretário da Educação, Eduardo Deschamps. A data ainda não foi divulgada, e deve ocorrer antes do encontro estadual.
A assembleia faz parte de um movimento nacional, que sugeriu aos professores do país paralisarem as atividades em 14, 15 e 16 de março. No Estado, o sindicato estadual decidiu suspender as aulas apenas no dia 15. Parar nos dias 14 e 16 fica a critério de cada sindicato regional.
Deschamps esteve, na última quinta-feira, com o ministro Aloizio Mercadante, em Natal (RN) no Conselho Nacional dos Secretários de Educação. O piso foi tema de debate. O ministro se comprometeu em mediar reuniões entre poder público e Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação.
- A reunião serviu para comprovar que a aplicação da lei é um problema nacional. O comprometimento do ministro é bem-vindo. Este esforço exigirá paciência por parte da categoria do magistério para evitar prejuízos aos alunos. Ainda assim, o governo continua trabalhando para apresentar um plano de aplicação da lei na próxima semana - informou.
Os professores da rede estadual, que estão em estado de greve, reúnem-se na próxima quinta-feira para discutir possível paralisação
Foto:
Daniel Conzi
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