Mais uma vez, os 550 alunos da Escola Estadual Prefeito Lauro Zimmermann, de Guaramirim, não tem data para voltar às aulas. A previsão de que o ano letivo começaria nesta quinta-feira, dia 1º de março, caiu por terra depois que a Vigilância Sanitária interditou a escola, na tarde desta quarta-feira.

O motivo é que parte da reforma, que deveria ter sido concluída esta semana, não ficou pronta e a escola não estava em condições de receber os alunos. Na manhã desta quarta, o pátio que dá acesso a quatro salas ainda não havia recebido a cobertura.

— Existe o risco de acidente se alguém circular aí durante as obras — avaliou o bombeiro Dimas Konkol, responsável pelo setor técnico da entidade.

Ele fez uma vistoria no prédio e também constatou que alguns requisitos de segurança não haviam sido cumpridos, como o aterramento, a implantação de uma rede de hidrantes e a rampa de acesso para cadeirantes.

Dimas também orientou que fosse feito o isolamento de alguns fios da rede elétrica que estavam expostos, para evitar acidentes. Na manhã desta quarta, as 12 salas de aula estavam praticamente prontas e faltavam apenas os últimos retoques na pintura em duas delas. Mas apesar do visual novo, não há previsão de até quando elas devem permanecer vazias.

— O dia inteiro atendi pais preocupados, querendo saber se as aulas começariam nesta quinta. Eu falei que torcia para um final feliz, mas isso não aconteceu — lamentou o diretor Ronaldo Guerra.

As aulas deveriam ter começado no dia 14 de fevereiro, mas a Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) transferiu a volta para o dia 1º, na expectativa de que as obras fossem concluídas. Os alunos deverão recuperar os dias perdidos durante as férias de julho e no fim do ano. Outros 350 alunos foram transferidos para a Escola Almirante Tamandaré e estão tendo aulas normalmente.

No ano passado, a Lauro Zimmermann foi interditada duas vezes por causa das más condições da escola. Em fevereiro de 2011, a SDR e o Ministério Público firmaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) estabelecendo datas para a escola ficar em condições de receber os alunos. O último prazo estabelecido foi a volta às aulas no dia 1º de março.

A promotora de Justiça de Guaramirim, Barbara Elisa Heise, disse que o governo do Estado será punido com multa diária de R$ 1 mil pelo descumprimento do TAC. O recurso será revertido para o Fundo de Reconstrução dos Bens Lesados de Santa Catarina. Até o fechamento desta edição, às 17h, a SDR não deu previsão da volta às aulas na escola.

A gerente regional de educação, Lorita Zanotti Karsten, participou de uma reunião durante toda a tarde e não foi localizada para falar sobre o assunto. A reportagem também procurou a Vigilância Sanitária de Guaramirim, mas ninguém quis se manifestar. Já o secretário de Saúde, João Deniz Vick, disse que não estava inteirado sobre a interdição.

A sócia da empresa AJM, responsável pela reforma, Carine Marcatto, disse que as obras estão dentro do prazo e que o contrato prevê que a reforma deve ser entregue até maio. Segundo ela, a cobertura metálica no pátio que dá acesso às salas de aula não estava prevista no cronograma e foi instalada a pedido da SDR, para dar mais conforto aos alunos.