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 | 17/06/2011 12h13min

Estudantes precisam se adequar à rotina sem aulas durante a greve

Paralisação da rede estadual de ensino completa um mês em Santa Catarina

Sâmia Frantz  |  samia.frantz@horasc.com.br

A greve que já dura um mês na escolas da rede estadual mudou a rotina de muita gente. E o que é que esta galerinha está fazendo enquanto não tem aula? A Hora foi às ruas descobrir.

Encontrou de tudo: adolescentes na rua de papo com os amigos, crianças de bicicleta e soltando pipas e jovens casais aproveitando para namorar.

Na família Andrade, greve na escola não é sinônimo de férias. Desde que as aulas foram suspensas, os três filhos do jardineiro Amarildo Andrade, 49 anos, acompanham o pai no trabalho.

— Eles me ajudam e eu os ajudo evitando que fiquem à toa, ou que acabem aprendendo o que não devem — explica Amarildo.

Agora no outono, época de poda de árvores, os três até chegam a ajudar. Luiz Gabriel, 13 anos, Luís Gustavo, 15 anos, e Helen, 12 anos, só faltam mesmo ao "trabalho" quando é dia de atividades esportivas — futebol para os meninos e balé para Helen. E eles nem se importam de levantar cedo.

Despertador foi até dispensado

Sem aulas, Gabriel Debus, 12 anos, dispensa o despertador e deixa para acordar depois das 9h30min. Só que, nesse horário, não tem ninguém em casa. O pai sai às 6h e a mãe às 7h.

A rotina é sempre a mesma: ele levanta, abre as janelas, liga a TV, liga o computador, ouve música, e acessa a internet — instalada em casa durante a greve, como forma de passatempo. De vez em quando, varre a casa. Quando chega perto do meio-dia, esquenta a comida já deixada pronta pela mãe na noite anterior e a espera chegar para almoçarem juntos.

— Ligo umas quatro vezes por dia para saber se está tudo bem — revela a mãe, a balconista Sônia Debus, 32.

Mudou-se três vezes em um mês

Já Guilherme Silva Faria, três anos, é matriculado em uma creche municipal, mas que era do Estado (e os seus professores estão em greve). Em um mês, já morou em três lugares, para ter com quem ficar. Atualmente, está com a avó Luci da Silva, 59, na Guarda do Embaú, Palhoça.

Antes disso, ficou com uma tia, no Caminho Novo, Palhoça, e na casa de outra vó, em Biguaçu. Pra passar a noite com o filho, a mãe, Regina Faria, 31, enfrenta quatro horas de ônibus até o trabalho, na Capital, todo dia. Ela também mudou-se temporariamente de São José para a Guarda.

Não houve acordo

Professores votaram pela continuação da greve, quinta-feira, nas assembleias regionais. Uma estadual, que dá a palavra final, só deve acontecer daqui a 11 dias. Diante do quadro, o governo vai rodar a folha de pagamento com o desconto dos dias parados.

A promessa é não repor as aulas, se isso ocorrer. Para o sindicato da categoria, as assembleias mostram que os professores não aceitam os prazos e as propostas do governo.

HORA DE SANTA CATARINA
Luis Prates / Especial

Luís Gustavo e Luiz Gabriel estão aproveitando o tempo para ajudar o pai
Foto:  Luis Prates  /  Especial


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