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 | 20/05/2011 09h

Servidores da Prefeitura de Joinville que estão em greve terão desconto na folha de pagamento

Quem não compareceu ao trabalho por causa da greve vai receber até 12 dias de descontos no próximo pagamento

Atualizada às 15h59min Julimar Pivatto  |  julimar.pivatto@an.com.br

Os funcionários da Prefeitura de Joinville que aderiram à greve devem mesmo sentir no bolso os dias em que ficarão parados. A Prefeitura confirmou nesta quinta-feira que vai descontar cada dia não trabalhado sem justificativa e que, no próximo pagamento, muitos servidores já terão os respectivos salários descontados. O chefe de gabinete, Eduardo Dalbosco, enfatizou que a Prefeitura não vai ceder neste ponto.

Quem trabalha na sede da Prefeitura e na secretaria de Saúde teve o ponto fechado no último dia 10. Por isso, quem parou terá descontado três dias - os dois de greve e mais o descanso semanal remunerado. No Hospital São José, o ponto fechou no dia 15, o que significa que quem está desde o primeiro dia na greve terá seis dias descontados, incluindo o descanso. São pelo menos 6,7 mil contra-cheques fechados.

A Secretaria da Educação tem uma situação diferente. Os professores não terão descontos no próximo pagamento. Como a folha deles fecha no dia 30, a diferença virá somente no mês de julho. As escolas terão de repor os dias perdidos e à medida que os professores fizerem isso, terão os valores restituídos. Somente os funcionários de CEIs é que não terão como recuperar.

Um grevista que ganha R$ 1,5 mil e que trabalha na sede pode perder até R$ 150. Seriam R$ 100 dos dois dias não trabalhados e mais R$ 50 referente ao descanso. Além disso, quem recebe até este valor tem direito à cesta básica e uma falta já justifica a perda do benefício. Na questão de licença-prêmio, cada dia de ausência soma um mês de trabalho para poder usufruir do tempo de folga.

— A gente respeita o direito de greve, mas na medida que desampara o trabalho ele pode ter os dias descontados. Isso é uma consequência de qualquer greve — explica Dalbosco.

— Não estamos reprimindo, pelo contrário. Estamos fazendo um apelo ao bom senso — justifica.

Para Dalbosco, o desconto não é uma atitude para colocar fim ao movimento. Segundo o chefe de gabinete, não haverá tentativa de acabar com a greve.

— Nós estamos propondo que cancelem o movimento e abram negociação.

Na última quinta, segundo a Prefeitura, 1.610 pessoas faltaram ao trabalho sem justificativa, o que representa 14% do total dos servidores.


Sindicato diz não estar preocupado

O Sindicato dos Servidores Públicos de Joinville (Sinsej) não demonstra preocupação com o fato de se descontar os dias não trabalhados dos funcionários públicos que participam da greve. Para o presidente Ulrich Beathalter, estes descontos podem ser revertidos em uma mesa de negociação.

— Quando sentarmos para conversar com a Prefeitura, vamos propor que os dias parados sejam compensados.

Ulrich diz que este tipo de situação faz parte de um embate como esse.

— Isso é comum em todo movimento grevista, independentemente do setor — afirma.

Mas para ele, a Prefeitura pode usar este artifício para tentar enfraquecer ou acabar com a greve.

— É a principal forma de tentar ameaçar o movimento. Mas estamos firmes no propósito de negociar nossas reivindicações — diz Ulrich. Depois do primeiro dia de acampamento em frente à Prefeitura, ontem à noite os manifestantes, todos com velas, fizeram mais um ato em frente ao prédio.

Ulrich também falou que nesta sexta ou na segunda-feira deve enviar ao Ministério Público de Santa Catarina a resposta do Sinsej sobre a recomendação dada pela promotora Rosemary Machado Silva na última terça-feira, assim como a versão do sindicato sobre a reunião de quinta-feira. A Prefeitura entregou na quinta-feirao vídeo do encontro e a resposta sobre a recomendação.

Leo Munhoz / Agencia RBS

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Foto:  Leo Munhoz  /  Agencia RBS


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