clicRBS
Nova busca - outros

Notícias

 | 10/05/2011 08h30min

Greve em Joinville deixa postos de saúde fechados e PAs só para casos graves

O primeiro dia de greve dos servidores públicos contou com o apoio de funcionários da Saúde, impactando no atendimento na rede

Gisele Krama  |  gisele.krama@an.com.br

Postos de saúde fechados, pronto-atendimentos (PAs) dedicados somente para casos de urgência e emergência e o maior hospital público da cidade com falta de enfermeiros e com possibilidade de cancelamento de cirurgias. Mesmo com a liminar proibindo a paralisação na Saúde, o primeiro dia de greve dos servidores públicos contou com o apoio de funcionários do setor, impactando no atendimento na rede.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, dos 1,7 mil servidores da rede de atenção básica, cerca de 440 aderiram à greve. O sindicato afirma que dez dos 56 postos de saúde fecharam as portas e 25 abriram, mas sem condições de atendimento. Já a Prefeitura garante que as unidades interromperam os trabalhos em algum momento do dia.

A Vigilância Sanitária foi o setor com maior adesão da secretaria, onde 80% dos trabalhadores ficaram parados ontem. Os PAs Norte, Sul e Leste atenderam somente a casos graves (que precisam de atendimento imediato ou até em dez minutos), enquanto os funcionários trabalhavam em regime de revezamento para cumprir os 30% previstos em lei para atendimento.

Em contrapartida, em outros locais como o posto de atendimento médico do Boa Vista, a rotina seguiu dentro da normalidade. Os pacientes da unidade disseram que as consultas ocorriam sem problemas, com um ou outro atraso, normal na área da saúde.

Na região Sul, o posto do Parque Guarani amanheceu com o portão fechado. No lado de fora, um cartaz feito a mão explicava que a unidade havia aderido à greve. Os postos que permaneceram abertos concentraram a distribuição de medicamentos e as imunizações à população.

Os cerca de 130 técnicos de enfermagem que aderiram ao movimento também comprometeram os resultados da campanha nacional de vacinação contra a gripe. Como a campanha termina dia 13, o município corre o risco de não alcançar a meta.


PIQUETE SÃO JOSÉ

Um grupo de aproximadamente 50 pessoas em frente ao Hospital São José na segunda de manhã sinalizava que o hospital também havia aderido à greve. Os funcionários montaram um piquete, com direito a cartazes e discussões sobre a mobilização que permanecerá enquanto durar a paralisação. Segundo o diretor-presidente do hospital, Tomio Tomita, dos mais de mil servidores, 64 paralisaram as atividades, 33 deles enfermeiros, principalmente da área cirúrgica e oncológica. O risco é de que mais cirurgias possam ser canceladas. Ontem, das oito salas cirúrgicas, só duas funcionaram.

— Não vamos dar conta nem de atender aos pacientes que estão aqui — lamenta.

Nenhum médico aderiu à greve. Tomio tenta remanejar profissionais de outras áreas para que possam cuidar dos serviços básicos, como medicação.


SEM REMÉDIOS

O aposentado Anivaldo Ramires Rodrigues, 74 anos, foi de bicicleta até o posto de saúde do Parque Guarani para buscar os remédios para ele e para a esposa para pressão alta. Ele deu de cara com um cartaz sobre a greve e voltou para a casa sem os medicamentos controlados que precisa tomar diariamente.

— Se ela (sua mulher) quiser ir de ônibus para o Jarivatuba (buscar os remédios), tudo bem, se não eu vou ter de comprar — lamentou.


FICOU SEM AUXÍLIO

Cleunice Neves dos Santos, 26 anos, não conseguiu ser atendida no PA do Itaum. Ela levou a filha de 11 meses que estava gripada. “Mandaram eu procurar o Hospital Infantil, o Dona Helena ou o Regional.” Sentada no banco em frente à unidade, aguardava para decidir o que fazer. A pé e sem dinheiro para o passe de ônibus, ela foi caminhando desde o Parque Guarani em busca de ajuda. O posto de saúde perto de onde mora também está fechado.

— Os PAs deveriam estar abertos. Não tenho como ir para um hospital — garantiu.


Comente esta matéria

Mais Notícias

A Educação Precisa de Respostas  30/01/2016 16h58min
'Projeto Resgate' entrega apostilas e materiais para alunos de Joinville

grupoRBS

Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho

Prêmio RBS de Educação

Grupo RBS  Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2012 clicRBS.com.br • Todos os direitos reservados.