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 | 10/05/2011 08h17min

Greve afeta centenas de joinvilenses

Parte dos servidores da Prefeitura de Joinville cruza os braços e compromete atendimento, principal-mente, na área da saúde

Mariana Pereira e Roelton Maciel  |  mariana.pereira@an.com.br roelton.maciel@an.com.br

A greve dos servidores públicos de Joinville teve início nesta segunda-feira com uma manifestação que parou o trânsito no Centro da cidade e teve os efeitos sentidos em todos os bairros. A vida de muitas pessoas que dependem dos serviços públicos, como a Saúde, foi prejudicada pela por causa da grande adesão ao movimento.

Pela manhã, a Polícia Militar calculou que cerca 4,5 mil funcionários participaram de um ato público em frente à Prefeitura. Segundo o sindicato, a adesão à greve no primeiro dia foi de mais de 5 mil pessoas, o que representa quase 60% da categoria (considerando 9,5 mil servidores). Os números foram questionados pela Prefeitura. Conforme estimativa do município, apenas 20% dos servidores (pouco mais de 2 mil) teriam parado.

A mobilização começou por volta das 9 horas, com um minuto de silêncio em sinal de protesto contra a liminar judicial, favorável à Prefeitura, que proibia a adesão dos servidores da Saúde ao movimento.

— A liminar foi uma tentativa desesperada da Prefeitura para tentar nos calar, mas só vamos dar a eles um minuto do nosso silêncio — discursava o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Joinville (Sinsej), Ulrich Beathalter.

Apesar da decisão judicial, também houve adesão de setores da Saúde à greve. O sindicato alegou que só foi informado oficialmente ontem sobre a liminar. A ação determina multa de R$ 50 mil por dia caso o sindicato desrespeite a decisão.

— Estamos cumprindo a lei federal ao garantir o atendimento de urgência e emergência à população — destacou Ulrich.

Os sindicalistas tentaram derrubar a liminar com um recurso chamado “agravo de instrumento”, no Tribunal de Justiça. Mas a relatora do processo, Cinthia Beatriz Bittencourt, negou o pedido no domingo. Sem discutir os direitos dos grevistas, a relatora apenas justificou que não poderia validar o recurso por terem faltado “peças essenciais para a análise”. Ela se referia à cópia de documentos ligados ao processo que deu origem à liminar e não foram anexados à papelada. Assim, a liminar que proíbe a participação da saúde na greve continua valendo.

Segundo Ulrich, outro documento já foi providenciado. A procuradoria do município estuda medidas para que a liminar seja respeitada. Sobre as negociações, o chefe de gabinete, Eduardo Dalbosco, diz que só vai abrir nova rodada se a greve for suspensa. Já o sindicato espera contraproposta.


Veja os números da paralisação


Clima tenso e troca de farpas

Ainda na manhã de segunda, uma comissão do sindicato foi recebida por integrantes da Prefeitura. O clima da reunião foi tenso. O presidente do Sinsej, Ulrich Beathalter, acusou a Prefeitura de ter fechado as portas para a negociação.

Do outro lado, o chefe de gabinete, Eduardo Dalbosco, disse que a Prefeitura optou por uma negociação formal, por meio de ofícios, para evitar o que aconteceu no ano anterior, quando oito longas reuniões não teriam sido produtivas. Destacou, ainda, que quem radicalizou foi o sindicato, ao não responder com uma contraproposta e deflagrar a greve. “Houve precipitação, por parte do sindicato.”

Ulrich rebateu dizendo que o sindicato respondeu à Prefeitura que a categoria não teria aceitado o reajuste proposto. “A Prefeitura teve tempo, desde o anúncio da greve (3 de maio), para apresentar nova proposta e não o fez.” O sindicato criticou a ausência do prefeito Carlito Merss na reunião. Dalbosco reiterou a proposta de 8% de aumento a partir de janeiro e reafirmou que a Prefeitura não tem condições de repor a inflação do período (6,5%) e conceder um aumento real de 5%.

Salmo Duarte / Agencia RBS

Ato em prente à Prefeitura reuniu servidores e simpatizantes
Foto:  Salmo Duarte  /  Agencia RBS


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