Depois de um semestre desembolsando R$ 280 mensais em gasolina, o técnico em manutenção Alex Carlos Correia, 20 anos, decidiu investir R$ 2,5 mil para converter o abastecimento do carro em gás natural veicular (GNV). Foi a única solução que encontrou para superar a alta no preço da gasolina.

De janeiro a abril deste ano, o valor do litro aumentou 14,8%. Os motoristas viram o preço saltar de R$ 2,70 para R$ 3,09. E não vai parar por aí. Os combustíveis sofrerão novo reajuste a partir deste domingo por conta de uma atualização no cálculo do ICMS.

Os aumentos podem chegar a R$ 0,06 no litro do etanol, R$ 0,05 na gasolina e R$ 0,02 no metro cúbico do GNV. Apenas o diesel não será afetado. A Secretaria da Fazenda usará valores atuais dos combustíveis para cobrar o imposto.

A expectativa é que os preços comecem a baixar no final de maio. É quando deve chegar a Santa Catarina o álcool da nova safra de cana do interior de São Paulo, principal produtor do país. O álcool compõe 25% da gasolina.

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Blumenau, Júlio César Zimmermann, explica que agora é período de entressafra e os usineiros preferem fazer açúcar ao invés do combustível. Por isso, a falta do etanol no mercado pressiona os preços.

De acordo com o Roque André Colpani, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Litoral Catarinense, a vinda de gasolina importada também deve amenizar a situação.

Ontem, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, reconheceu que tem havido abuso nos preços dos combustíveis, especialmente do etanol. Segundo ele, os preços são regulados pelo mercado, mas o governo já acionou o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para investigar a situação.