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 | 18/04/2011 13h44min

Entre para esse rebanho: Santa Catarina recebe a CowParade pela primeira vez

Inscrições estão abertas até o dia 29 de abril

Renê Müller  |  rene.muller@diario.com.br

É o tipo da ideia que, à primeira vista, parece meio maluca. Espalhar vacas feitas de fibra de vidro, dezenas delas, por uma ou várias cidades, cada uma servindo de suporte para a criação de um artista, ou um coletivo de artistas. Hoje, essa maluquice é a maior manifestação artística ao ar livre do planeta. E vai chegar aqui — as inscrições para o CowParade Santa Catarina estão abertas e vão até 29 de abril.

A ideia é explorar o potencial artístico regional. Incentivar nossos artistas e gerar visibilidade para seu trabalho, em um período em que o Estado recebe turistas de diferentes origens. As vacas criadas pelos catarinenses serão prestigiadas pelo público gratuitamente, entre novembro de 2011 e janeiro de 2012. Estarão expostas em Florianópolis, Balneário Camboriú, Blumenau, Joinville, Lages, Criciúma, Chapecó — e, quem sabe, em outras localidades ainda não definidas.

— O que queremos é que a exposição não fique apenas nas maiores cidades. É possível, por exemplo, que empresas ou prefeituras de municípios menores patrocinem suas criações — destaca Giovane Pasa, coordenador da CowParade estadual.

O processo de inscrição é totalmente democrático. Artistas plásticos, escultores, designers, publicitários, estilistas, grafiteiros, artistas amadores, fotógrafos, todo mundo pode usar sua vaca para fazer arte. Não existem regras de estilo, nem técnicas artísticas específicas. As vacas podem ser pintadas, vestidas, estilizadas, influenciadas pela cultura e folclore.

Liberdade de criação

O artista é livre para fazer sua interpretação com bom humor, utilizando uma das três opções disponíveis: de pé, pastando ou repousando. Mas a organização antecipa que serão especialmente apreciadas as interpretações sobre o Estado de Santa Catarina (cultura e tradições), e as que sejam atrativas às crianças.

Exigência, mesmo, só uma: o interessado precisa ter plenas condições de executar o projeto proposto.

— O artista precisa avaliar bem sua proposta. Um webdesigner pode criar uma arte digital muito legal, colorida, mas na hora de passar para a criação física, não pode ter desconhecimento da utilização das tintas. Um escultor que se propor a ousar na criação, com cortes diferentes, tem que estar certo de que vai conseguir realizar o que colocou no papel — avisa Pasa.

Alguns nomes de peso estão embarcando na parada leiteira. Juarez Machado confirmou que chega em junho ao Estado para trabalhar em seu projeto. Luciano Martins — que criou a arte da promoção — é outro. O escultor blumenauense Pita Camargo, o designer e artista Morandini (São Paulo), e a pintora Tereza Martorano, de São Joaquim, são alguns do que vão "avacalhar" sua arte por aqui.

Uma edição interativa e ligada no mundo digital

As informações sobre a CowParade e instruções para a inscrição estão no www.cowparadesantacatarina.com.br. O resultado da aprovação do Comitê de Arte será divulgado no site, a partir do dia 10 de maio. Os artistas selecionados receberão um comunicado para o início da produção.

A promoção da CowParade Santa Catarina é do Diário Catarinense. A idealização do evento é da agência digital Labbo, de Florianópolis, que comemora seus 10 anos de atividades com esta iniciativa.

:: Por que as vacas?

A vaca foi escolhida por ser um animal universalmente querido, além de representar coisas diferentes para pessoas diferentes ao redor do mundo — pode ser sagrada, histórica, etc. Mas o sentimento comum é de carinho e simpatia. Como substrato da arte, não existe nenhum outro animal ou objeto que fornece a forma, flexibilidade e amplitude contíguas como uma vaca.

Quantas vacas participam de uma CowParade?

As mostras podem ir de 32 vacas — como em Auckland, Nova Zelândia — até 450 vacas, como em Nova York. Na média, um evento utiliza de 75 até 150 peças. Em Santa Catarina, a estimativa é de que sejam escolhidos 100 projetos.

Quanto dura uma CowParade?

A apresentação pública das vaquinhas dura de dois a quatro meses. A mostra é seguida pelo leilão das peças, que normalmente ocorre duas ou três semanas após o fim da exposição.

Onde as vacas são apresentadas?

Elas ficam pela cidade ou pelo estado que recebe a mostra, em ruas, parques e outros locais públicos. A localidade tornase um museu ao ar livre para as vacas. Todas elas podem ser vistas pelo público, sem cobrança de taxa ou ingresso.

Qual a vaca que atingiu o maior valor em leilão?

A vaca mais cara é a Wage Moo, que participou da CowParade de Dublin, em 2003. Ela foi vendida por U$ 146 mil (R$ 233 mil). É um mosaico de milhares de peças de cristal Waterford criado pelo designer John Rocha.

:: Curiosidades

— A primeira edição foi organizada em 1998, na cidade de Zurique, Suíça — que tem a vaca como símbolo —, dedicada a propagar a democratização da cultura. Mas ainda não era conhecida como CowParade. Isso só foi acontecer em Chicago, no ano seguinte. Após 11 anos de sucesso e promovida em mais de 60 cidades — entre elas, Nova York, Londres, Paris, Milão, Dublin, Tóquio, Cidade do México, Estocolmo, Buenos Aires e São Paulo —, a CowParade foi apreciada por mais de 150 milhões de pessoas ao redor do globo.

— Em todo o mundo mais de seis mil artistas, profissionais e amadores, fizeram sua leitura e deram vida às vacas da CowParade. Cada um deles já pintou e adornou as peças de fibra de vidro em formato de vacas, que foram expostas em locais estratégicos para apreciação pública e, depois, leiloadas, sendo o montante arrecadado destinado a instituições de caridade.

— A renda da promoção está ao redor de US$ 25 milhões (R$ 40 milhões), destinados à filantropia. Oprah Winfrey, Ringo Starr, Elton John e Nelson Mandela são alguns dos proprietários das vacas da CowParade.

Fabiano Panizzi / Divulgação

As vacas podem ser pintadas, vestidas, estilizadas, influenciadas pela cultura e folclore
Foto:  Fabiano Panizzi  /  Divulgação


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