| 01/04/2011 22h02min
Denúncias narradas por três vítimas de 23 a 44 anos motivaram o juiz da 3ª Vara Criminal de Gaspar, Sérgio Agenor Aragão, a expedir, sexta-feira de manhã, o mandado de prisão por atentado violento ao pudor contra o ortopedista Fernando César Buchen, 36. À tarde, o delegado da Polícia Civil de Gaspar, Paulo Koerich, ouviu mais duas vítimas que alegaram terem sido abusadas pelo médico.
Outras duas entraram em contato com o delegado, mas serão encaminhadas à Delegacia da Mulher, Criança e Adolescente de Blumenau, por morarem na cidade. No final da tarde, o advogado do médico, Luís Roberto Schmitt Júnior, pediu a revogação de ordem de prisão preventiva, que foi negada. Buchen permanece em cela especial no Presídio Regional de Blumenau, por ter curso superior, e divide espaço com Elias Schroeder, suspeito de participação na morte de Maria Rosângela Muniz, em janeiro.
- Nos depoimentos, percebe-se que ele agia da mesma forma e as idades das mulheres eram distintas - conta Koerich.
Segundo o processo, que corre desde 2008, em pé ou deitadas na maca dos consultórios de Gaspar e Blumenau, o médico pedia às pacientes que ficassem nuas para um rotineiro exame de coluna. Apalpando-lhes costas, coxas, nádegas e seios, justificava que a prática integraria os procedimentos médicos regulares. De acordo com o relato das mulheres à Justiça, ele dizia que eram movimentos para sentir a tonicidade dos músculos, feitos por mãos que, por vezes, tocavam a região genital das pacientes.
Buchen foi preso por volta das 10h de sexta-feira, no consultório onde trabalhava, no Centro de Blumenau. O médico respondia em liberdade a um processo movido em 2008 por duas pacientes de Blumenau, pelo mesmo crime. O processo corre na 3ª Vara Criminal de Gaspar. Como já estava sendo investigado, uma denúncia feita semana passada, por uma jovem de Gaspar, de 24 anos, serviu de base para o Ministério Público solicitar a prisão preventiva do ortopedista.
- Esta semana ela apareceu no Fórum. É costureira, casada, veio chorando denunciar atos do médico nos mesmos moldes daqueles já relatados no processo. A promotoria acatou e eu expedi o mandado de prisão, por se tratar de reiteração criminosa - explica o juiz.
Contraponto
O advogado afirmou que o médico nega os fatos, mas que ainda não foi chamado para prestar esclarecimentos em juízo. Sexta-feira à tarde, o advogado entrou na Justiça com um pedido de revogação da prisão preventiva, indeferida pelo juiz Sérgio Agenor Aragão. Com isso, Schmitt Júnior disse que entrará com um pedido de habeas corpus junto ao Tribunal de Justiça de Santa Catarina.
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