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 | 19/03/2011 15h15min

Viviane Bevilacqua: diferentes, sim. Por que não?

Cada casal tem de procurar a sua própria maneira de conviver com as diferenças

Vejo por aí a mulherada em busca da sua outra metade da laranja. Aliás, não só elas estão à procura do par perfeito. Eles também. A minha dúvida é a seguinte: para formar uma laranja inteira são necessárias duas metades simetricamente iguais. Isso, se você quiser uma fruta perfeita. Até, aí tudo bem.

Mas num relacionamento, não será uma roubada procurar alguém que seja exatamente igual a você? Na minha opinião, o melhor seria juntar a metade de uma laranja com a metade de uma bergamota, de uma lima, de um limão...

Duas pessoas que pensam do mesmo jeito, agem de forma igual e têm os mesmos gostos pra tudo pode ser bom por um tempo. O problema é que chega uma hora em que tanta afinidade pode tornar a relação uma monotonia só. Que graça tem nunca discutir por nada? Ou, ao contrário, se os dois são pavios curtos, discutir o tempo todo, por qualquer besteira?

— Eu e meu namorado somos igualzinhos — me diz uma amiga.

Eu faço um ahã, balanço afirmativamente a cabeça, porque também não sou uma desmancha prazeres. Se ela acha bom ter um namorado que só gosta do que ela gosta, tá tudo ótimo. Só não sei por quanto tempo...

A maioria dos exemplos de sucesso na vida a dois que conheço vem de casais que se complementam, onde um sempre tem algo para ensinar ao outro. É claro que a dupla não pode ser diferente em tudo, que, daí, também não rola. E muito menos divergir sobre o que é essencial: princípios morais, por exemplo.

Uma pessoa honesta nunca vai achar em um ladrão o seu par perfeito. Ou alguém para quem a fidelidade é importante jamais será feliz ao lado de outro que defenda o casamento aberto.

João, um amigo, é um cara tranquilo, um pouco descansado demais até. Não liga para dinheiro ou posição social. A mulher dele, a Joana, é o oposto. Agitada, faz mil coisas ao mesmo tempo e é empreendedora por natureza. Às vezes, é impulsiva em excesso e acaba se dando mal. O casamento fez dos dois pessoas mais equilibradas. Ela está sempre provocando o marido, no sentido de fazê-lo participar mais da vida que se movimenta ao seu redor. Ele, em compensação, consegue puxar o freio dela, quando Joana quer dar um passo maior do que a perna.

Marco e Carol também encontraram no meio-termo a solução para uma união feliz. Ele nunca gostou de baladas. Ela adora. Ele ama futebol, paixão daquelas de ir ao estádio todo domingo. Ela odeia. Carol detesta cozinhar. Marco é chefe de cozinha. Quem não os conhece, pensa: esse par nunca vai dar certo. Pois eu confirmo que o casamento deles é sólido e muito feliz há quase 20 anos. Aprenderam a lidar com as diferenças — e a respeitá-las, acima de tudo.

Chegar a um acordo que agrade aos dois lados nem sempre é fácil, mas não é impossível. Cada casal tem de procurar a sua própria maneira de conviver com as diferenças e tratar de ser feliz.

DIARIO CATARINENSE

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