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 | 06/04/2009 21h55min

Ação do Ministério Público ameaça data do vestibular da UFSC em Joinville

Procuradores pedem suspensão das provas marcadas para julho e estudo completo sobre obras necessárias no terreno do futuro campus Norte

Rodrigo Stüpp  |  rodrigo.stupp@an.com.br

A suspensão temporária do Vestibular da UFSC, marcado para julho deste ano é só um dos pedidos de uma ação do Ministério Público Federal (MPF), protocolada nesta segunda-feira, em Joinville. Quatro procuradores assinam o documento, que é mais um capítulo da complicada expansão da UFSC à cidade mais populosa do Estado.

A UFSC pretende construir um campus na Curva do Arroz, às margens da BR-101, na zona sul da cidade. Na ação, os procuradores alegam que não houve sequer audiências públicas para a escolha dos cursos — todos na área de engenharia da mobilidade.

O MPF pede que os cursos sejam oferecidos e escolhidos "a partir de estudos fundados em metodologia científica (...) consulta a todos os segmentos da sociedade e não apenas às sugestões da ACIJ". Só depois desse estudo e dessa escolha, é que o vestibular deveria ser realizado, segundo o Ministério Público.

O grande questionamento desta ação é a escolha do terreno. Os procuradores relembram os vários problemas que a área tem — alagamentos, fios de alta tensão, via férrea — e questionam o alto investimento público para deixar o terreno em condições.

— Estamos pedindo um estudo completo, com orçamento, com projeto, para que se prove que essa área é adequada — diz o procurador Mário Sérgio Barbosa, um dos que assinam a ação.

Ele garante que o MPF tentou várias vezes conversar com a UFSC antes de entrar com a ação. Os procuradores pedem que até estudos detalhados estejam prontos, as obras não comecem. Segundo a proposta do MPF, os gastos com todas as obras — de terraplanagem a acabamento — não poderiam superar R$ 4,7 milhões, que é metade do valor pago pelo terreno.

— Nós queremos que a UFSC venha, é claro. Mas estamos questionando a péssima escolha da área. Desse jeito, não está havendo cuidado com o dinheiro público — disse outro procurador, Rodrigo Joaquim Lima


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