O sucesso do Planeta Atlântida na entrada do novo milênio superou expectativas de organizadores e executivos de grandes gravadoras. Era apenas o quinto ano do festival, mas a maturidade com que tudo ocorreu mostrava que, nas próximas edições, o desafio estava em, a cada verão, superar a festa do ano anterior.

Como explicar que, em 2000, o rock distorcido e altamente "pula-pula" dos Raimundos pudesse tocar no mesmo palco em que Djavan levou os planetários a dançarem agarradinhos com "Eu te Devoro" e "Meu bem Querer"?

"Insolentes, barulhentos, grandes sem perder o cheiro da garagem, os Raimundos Rodolfo, Digão, Canisso e Fred destilaram forrocore e hits fáceis num só fôlego. De macacão laranja, terminaram a festa fazendo hip hop com os amigos da Comunidade Nin-Jitsu. Levaram o show com canções libidinosas (Selim, Puteiro em João Pessoa). Eficientes como marqueteiros, empurraram rocks melódicos para a gurizada (Mulher de Fases, A Mais Pedida). Bom e autêntico, sem concessões", destacou o Segundo Caderno de Zero Hora.

Os Paralamas emplacaram um sucesso atrás do outro: Meu Erro, Vamo Batê Lata, Alagados, Vital e sua Moto, Lourinha Bombril — clássicos de todas as fases do trio Herbert, Bi e Barone. O Jota Quest fez show surpresa e arrepiou os planetários. Mas foram os australianos do Men at Work que, perto das 5h, mostraram uma competência empolgante e clássicos das programações radiofônicas, como It's a Mistake, foram revividas no palco e fizeram os planetários dançarem até a madrugada.