| 18/12/2001 08h12min
Continua incerto o futuro do americano talibã. É possível que John Walker Lindh, preso quando combatia ao lado dos soldados do Talibã no Afeganistão, seja acusado de traição à pátria, punível com a pena de morte. Mas questiona-se se este seria o desejo das autoridades dos Estados Unidos.
Os antecedentes históricos – apenas 30 casos em 225 anos – sugerem que não. A última pessoa condenada à morte por traição aos EUA foi Tomoya Kawakita, um americano de origem japonesa. Ele foi condenado à pena capital em 1952 por torturar prisioneiros americanos durante a II Guerra Mundial. No entanto, até um caso tão claro como o de Kawakita gerou divergências. O presidente Dwight Eisenhower comutou a pena para prisão perpétua.
As dificuldades para se cumprir os requisitos constitucionais nesses casos – duas testemunhas e provas de que o acusado participou voluntariamente de uma guerra contra os EUA – ilustram a dificuldade deste tipo de questão. No caso de Walker, seria fácil encontrar duas testemunhas que confirmassem que ele foi visto com um AK-47 junto aos talibãs. Mas provar que ele lutou voluntariamente contra os Estados Unidos é muito diferente. Walker se incorporou ao Talibã em março, antes do início da ofensiva militar americana no Afeganistão.
O detido poderia afirmar, por exemplo, que, se tentasse desertar depois de 11 de setembro, teria sido morto. As autoridades americanas, que afirmam agora que Walker tem sido útil com informações, não anunciaram os planos para o jovem de 20 anos.
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