Ao contrário do anunciado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso nesta segunda-feira à noite, o gaúcho Alex Alves da Silva, 30 anos, não morreu no atentado às torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York. Desde o dia 11 de setembro, Silva, que está em situação ilegal nos EUA, telefonou três vezes para a família no Brasil. Na última ligação, ontem à tarde, o gaúcho falou com a irmã, Leila da Silva, que mora em Uberlândia, Minas Gerais. Desde o dia 14 de setembro, quando fez o primeiro contato com a família no Brasil, Silva é procurado sem sucesso pelas autoridades diplomáticas brasileiras. Naquele dia, às 15h30min, o gaúcho ligou para a ex-mulher, Cristiane Castilho Fucilini, que mora em Alvorada. Silva não voltou a ligar nos próximos 15 dias, conforme o prometido. A família acabou entrando em contato com o consulado brasileiro em Nova York. Desde então, o nome do gaúcho aparecia na lista dos desaparecidos brasileiros. A família, porém, não acreditava que Silva pudesse estar morto. Para eles, o brasileiro tinha medo de ser encontrado e ser preso ou expulso dos Estados Unidos. A segunda ligação foi feita no dia 29 de setembro, dia do aniversário do gaúcho. Silva voltou a falar com a ex-mulher e pediu para conversar com os filhos, Guilherme, sete anos, e Jadi, seis anos. - Ele não dizia onde estava. Só falou que tinha ligado de um orelhão, que alguém tinha emprestado um cartão para ele. Ele chorava bastante e voltou a dizer que tinha muito medo de ser encontrado. Falou também que a situação dos imigrantes no país era crítica - explicou Cristiane. Segundo a ex-mulher, Silva tem ferimentos na nuca. Médicos americanos teriam aconselhado o gaúcho a procurar um neurologista. No mesmo dia em que falou com a ex-mulher, o brasileiro tentou ligar para Uberlândia. Não encontrou ninguém em casa, mas deixou recado na secretária eletrônica. Ontem à tarde, Silva finalmente conseguiu falar com a irmã. - Combinamos que, antes de ele decidir o que faria, eu não avisaria à imprensa e ao consulado - disse Leila. Além de Silva, FH anunciou no pronunciamento ontem à noite o nome de outros quatro brasileiros, que teriam morrido em Nova York: Anne Marie Sallerin Ferreira, Ivan Fairbanks Barbosa, Sandra Fajardo Smiths e Nilton Albuquerque.