Centenas de agricultores, de diferentes pontos do Estado, invadiram nesta quinta-feira, a unidade de pesquisas e produção de sementes da Monsanto do Brasil, em Não-Me-Toque, no Planalto Médio. Os manifestantes protestaram contra a presença da multinacional no país e a política agrícola adotada pelo governo federal, considerada excludente e prejudicial às pequenos produtores. Uma caravana de pelo menos 18 ônibus – conforme a Brigada Militar –, levando integrantes dos movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), dos Pequenos Agricultores (MPA), dos Atingidos por Barragens (MAB), das Mulheres Trabalhadoras Rurais (MMTR) e da Pastoral da Juventude Rural (PJR), chegou em frente ao portão principal da empresa, no km 13 da RS-142, no final da tarde. Em instantes, o portão de cinco metros de altura por dois metros de altura foi derrubado e o grupo tomou o pátio da unidade. Poucos funcionários ainda estavam na empresa e acabaram saindo do local para evitar o conflito, informou a BM. Apenas servidores de uma empresa de segurança contratada pela Monsanto permaneceram no interior da unidade, mas sem interferir na manifestação. Os invasores espalharam bandeiras do Brasil, do Rio Grande do Sul, do MST e do MPA, além de faixas com frases contra as atividades da Monsanto no país. O grupo irá passar a noite na empresa. O coordenador estadual do MST, Adelar Pretto, afirmou que nesta sexta-feira, somente os funcionários da equipe de segurança da Monsanto poderão entrar na área. Na manhã desta sexta-feira, pelo menos outros dois ônibus com agricultores deverão chegar a Não-Me-Toque. Uma assembléia está prevista para o final da manhã, quando os invasores pretendem definir os rumos da mobilização. O prefeito da cidade, Armando Roos (PPB) enviou um fax para a Casa Civil, a Casa Militar, a Secretaria da Justiça e da Segurança e ao governador Olívio Dutra, manifestando preocupação em relação ao incidente e relatando a situação no local. O diretor de comunicação da Monsanto, Belmiro Ribeiro, informou que a empresa vai fazer tudo que estiver dentro da lei para recuperar a unidade e retirar os invasores.

CLAUDIO MEDAGLIA JR