| 25/01/2001 09h13min
A direção do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) planeja realizar um protesto durante o Fórum Social Mundial para aproveitar a visibilidade do evento e divulgar a organização fora do Brasil. O coordenador regional do MST Mário Lill faz segredo sobre a ameaça e não confirma se haverá invasão de terras ou de prédios públicos. Não está descartada a hipótese de ocorrer uma manifestação inusitada. O MST convidou José Bové, dirigente da Confederação Camponesa da França, para participar do protesto. Bové é conhecido pelo talento em chamar a atenção do mundo para suas ações. Durante a conferência da Organização Mundial do Comércio (OMC), realizada em 1999 em Seattle, nos Estados Unidos, distribuiu centenas de quilos de queijo Roquefort (feito de leite de ovelha, com mofo azulado e cheiro forte) aos participantes. No ano passado, milhares de jornalistas invadiram a cidade de Millau, no sudoeste da França, para acompanhar o julgamento de Bové e seus companheiros, acusados de ter depredado a marteladas uma filial da rede americana de lanchonetes McDonald’s, em um protesto contra a globalização econômica. Vinte integrantes do MST estão inscritos no Fórum. Cinco deles são gaúchos. Os delegados dos sem-terra participarão das palestras oficiais do Fórum, que se realizam pela manhã. À tarde, nos dias 26, 27 e 28, integrantes do movimento acompanham três oficinas organizadas em conjunto com a organização não-governamental Via Campesina sobre transgênicos, OMC e política mundial de comércio agrícola e campanha global pela reforma agrária. Mais informações sobre o evento no especial Fórum Social Mundial.
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