O perfil do aluno pode fazer muita diferença quando se avalia o desempenho de uma escola. Um levantamento da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) aponta: quando os estudantes de escolas públicas e privadas têm características socioeconômicas parecidas, eles apresentam um rendimento semelhante.

O estudo, baseado nos dados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) de 2009, mostra que, em geral, as instituições privadas se saíram melhor na prova aplicada em 26 países. Mas os pesquisadores fazem uma ressalva importante: mais de dois terços deste desempenho favorável estão diretamente relacionados ao fato de que as escolas particulares costumam atrair estudantes melhor preparados.

- Em geral, um bom aluno é bom em qualquer lugar. E estudantes com boa formação, com pais que leem e são bem informados, não são exclusividade da escola particular - comenta a professora Cátia de Azevedo Fronza, do curso de Letras e Pedagogia da Unisinos.

Para a professora Helena Côrtes, da Faculdade de Educação da PUCRS, um ambiente familiar favorável, rico em estímulos culturais, com leitura, facilita o desempenho da criança na escola:

- Não é uma garantia, mas é uma condição favorável. O acompanhamento dos responsáveis também é fundamental - explica Helena.

Entenda o Pisa

>> O Pisa avalia estudantes de 15 anos completos em todos os países membros da OCDE, mais os convidados, entre eles o Brasil.

>> Os alunos são testados em leitura, matemática e ciências.

>> Em 2009, ano da prova mais recente, foram selecionados 400 mil jovens em todo o mundo, incluindo 20 mil brasileiros de todos os Estados.

>> A escolha pela faixa etária permite uma comparação entre os diferentes países.

>> Os estudantes também respondem a um questionário, com perguntas sobre suas atitudes e formas de aprendizado, além de dados da família. Essas informações permitem, por exemplo, explorar conexões entre o desempenho dos alunos e condições sociais e econômicas.