O X da Educação | 22/08/2011 13h57min
Na sexta-feira passada, a secretária municipal de Educação do Rio de Janeiro, Claudia Costin, escreveu no Twitter: “Vou sim!”. Era uma resposta ao convite, também via Twitter, da escola Ordem e Progresso: “Bom dia, secretária! O Blog de nossa escola acaba de nascer! Visite-nos! Blog emordemeprogresso.blogspot.com”.
Todo dia, Claudia dá dicas para professores, responde dúvidas e reclamações. Já tem mais de 16 mil seguidores. Quando assumiu a função de coordenar mais de mil instituições da rede municipal da capital fluminense, Claudia – que é casada com um gaúcho de Gravataí – optou por acompanhar de perto o trabalho. Graduada em Administração Pública, mestre em Economia e doutora em Administração Pública, já foi ministra da Administração e Reforma do Estado e Gerente de Políticas Públicas do Banco Mundial, além de professora-visitante da Universidade de Quebec, no Canadá, e presidente da Fundação Victor Civita.
Em abril, enfrentou o massacre da escola Tasso da Silveira, em Realengo, quando um ex-aluno matou 12 estudantes. Nesta entrevista, por telefone, ela conta que ficou extremamente abalada, mas segue otimista em relação ao papel da educação e ao ensino brasileiro.
“É fundamental avaliar”
ZH – Foi a partir da avaliação aplicada assim que a senhora assumiu a Secretaria que se estabeleceram as metas? A questão da avaliação é um elemento-chave?
Claudia – Acho que o Brasil avançou nos últimos anos em estabelecimento de metas. Havia um certo preconceito com relação à avaliação em educação. Nunca se teve preconceito em avaliar em saúde, que é uma política pública importantíssima e também lida com a vida. Mas se a gente fala de criança, parece que é melhor uma abordagem mais holística ou coisa assim. E é fundamental avaliar, porque, às vezes, as crianças podem estar contentes e felizes, mas não estão aprendendo. Nós passamos a introduzir provas bimestrais de português e matemática. Para todos. Temos um currículo unificado, que naturalmente é um currículo mínimo, que os professores podem enriquecer, mas tem um currículo que não interessa se a criança está estudando na Rocinha ou em Ipanema. Se a criança não tem um currículo claro, que aborda também o que as melhores escolas privadas abordam, como essa criança vai ter chance de construção de futuro, de ser um bom profissional?
ZH – A senhora fala em preconceito, do “coitadismo”. Faz parte de nossa cultura?
Claudia – Sim, em algumas áreas. Acho que o que faz uma criança vulnerável evoluir é dar condições e bom ensino, e exigir dessa criança, e não passar a mão na cabeça e ter pena. Ninguém pegaria alguém que quer ser um atleta e diria “coitado, ele não se alimenta bem, não vai treinar futebol”. Se a gente quer investir em alguém, tem que apoiar por um lado, mas introduzir uma ética de esforço. O jovem precisa ser estimulado a se esforçar para que as coisas saiam bem.
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Via Twitter, Claudia dá dicas para professores, responde dúvidas e reclamações
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