O X da Educação | 08/10/2010 05h09min
Qual a relação entre o efeito do uso do computador em salas de aula colombianas, o desempenho de uma escola americana com gestão público-privada e o Bolsa-Família? Os três temas pautaram um encontro de especialistas brasileiros e internacionais em São Paulo, ontem. Focado nos resultados de projetos sociais, o 7º Seminário Itaú Internacional de Avaliação Econômica de Projetos Sociais discutiu políticas públicas e gestão em educação.
Um dos responsáveis pelo estudo que demonstrou a ineficácia de um programa de inserção de computadores em salas de aula em escolas da Colômbia, o colombiano Felipe Barrera-Osorio, consultor do Banco Mundial, acredita que a causa do mau resultado não é a falta de treinamento para os professores. Para ele, a forma correta de usar a ferramenta ainda não foi encontrada.
– Há alguma tendência de que os computadores que vão diretamente para as crianças têm resultado melhor do que quando mediados por professores – avaliou Barrera-Osorio.
O professor da Escola de Economia de São Paulo (EESP/FGV) Sergio Firpo, um dos debatedores do evento, considerou o resultado estimulante, embora tenha sido negativo:
– Essa análise pode mudar a forma como os gastos em educação são direcionados. Talvez isso seja o dinheiro da sociedade jogado fora – concluiu.
Em outra temática, a doutora em Economia pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), a especialista americana Susan Dynarski apresentou uma avaliação que demonstrou os resultados positivos obtidos por uma escola dos EUA no modelo Charter – instituições organizadas e administradas pela iniciativa privada, mas com financiamento e regulação do poder público. Entre as causas do bom desempenho estaria a meritocracia entre os alunos, que apresentaram melhores resultados em matemática e leitura em relação a escolas públicas convencionais.
Do Brasil, foram apresentados os resultados do Programa Saúde da Família e de um estudo sobre as creches públicas na inserção das mães no mercado de trabalho no Rio. Além disso, debateu-se o impacto do Bolsa-Família na frequência, no abandono e na aprovação escolar no país.
*O repórter Pedro Moreira viajou a São Paulo a convite da Fundação Itaú Social
Grupo RBS Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2011 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.