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 | 29/11/2009 07h10min

A torcida é a culpada pela queda do Juventude

Diogo Olivier  |  diogo.olivier@zerohora.com.br


Há um culpado pela queda do Juventude à terceira divisão do Campeonato Brasileiro. Só agora, na reta final, com o garrote encaixado sem chance de a vítima se desvencilhar dele, é que a torcida ajudou. E, ainda assim, precisou a direção baixar o preço do ingresso.

Este tem sido o grande problema do Juventude desde o fim da parceria com a Parmalat, nos anos 90. Tudo cresceu demais no Alfredo Jaconi. Menos o mais importante. Menos o maior patrimônio de um clube: a torcida.

O clube tornou-se conhecido. O país foi apresentado ao futebol do interior gaúcho por conta de façanhas como o título da Copa do Brasil em pleno Maracanã, contra o Botafogo de Bebeto. Os dirigentes herdaram métodos de gestão da parceria com a Parmalat. As divisões de base passaram a revelar jogadores, boa parte deles negociados com o mercado europeu.

Fora de campo houve desenvolvimento, mas faltou o essencial: torcida. Como se manter sem a paixão da arquibancada? Quantos sócios em dia tem o Juventude para ajudar o clube a sobreviver? Cinco mil? Dez mil?

Dos 20 participantes da Série B, o agora novo integrante da Série C tem apenas a 13ª média de público. Só 3.914 pessoas. Até o Campinense (PB) e o Brasiliense (DF) levaram mais gente ao estádio.

Quando o Juventude ainda estava na divisão de elite da bola, lembro que causava espanto aos jornalistas de todo o país como o Jaconi não transbordava de gente em um jogo contra o Flamengo, por exemplo. Sempre sobrava espaço no estádio.

É só ver os casos de Grêmio, Corinthians ou mesmo o Vasco, este ano. Quando caíram, a torcida os carregou nas costas, amedrontando os adversários nos jogos em casa. Jogadores medíocres, turbinados pelo canto da arquibancada, viram craques. Para voltar à Série A não é preciso montar um grande time. Nem gastar milhões. Fosse assim o Ceará não teria subido. Arrumar uma equipe para, ao menos, se manter na segunda divisão é ainda mais fácil.

Se o Juventude tivesse uma torcida mais atuante e participativa, jamais teria caído para a Série C. Jamais. Desde o fim da parceria com a Parmalat, é este o problema que vem matando aos poucos um clube que parecia condenado a ser grande. É duro dizer isso em um fim de semana triste para o futebol gaúcho, mas a culpa do fracasso do Juventude é da torcida, apesar de todos os erros cometidos pela direção.

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