Em meio a elogios e agredecimentos após a eleição do Rio, o presidente Lula fez o seguinte comentário que ilustra bem o que representa para o futuro do país receber uma edição dos Jogos Olímpicos:

– O Banco Mundial disse ao Henrique Meirelles (presidente do Banco Central) que em 2016 o Brasil será a quinta economia do mundo – falou.

Esse conhecimento deu ainda mais confiança ao presidente, que exacerbou o crescimento da economia brasileira em seu discurso ao membros votantes do Comitê Olímpico Internacional (COI), na apresentação da candidatura do Rio.

Mais do que um ganho esportivo com a estrutura de formação de atletas de alto rendimento que será formada, o país ganhará na totalidade de sua economia, já que um evento desse porte mexe com todas as áreas, do turismo à construção civil.

– O Brasil saiu do patamar de país de segunda classe e é agora um país de primeira classe – finalizou.

Além de ser um desabafo, o presidente fez o comentário com o conhecimento de que esta eleição do Rio foi o divisor de águas para colocar o Brasil entre as potências mundiais. O que o Banco Mundial disse ao presidente do Banco Central é mais do que um indício dessa realidade.

O grande modelo a ser seguido é o dos Jogos de Pequim, que acelerou o crescimento do PIB chinês após a capital ser eleita para sede dos Jogos de 2008. A expectativa é que o mesmo aconteça no Brasil, com mais empresas estrangeiras investindo no país.

Outro mercado que terá ganho substancial é o do turismo. Segundo previsão do Ministério do Turismo, o aumento no número de turistas estrangeiros no país em 2016 será de 10% a 15% superior ao que será registrado no ano anterior (2005). Para se ter uma ideia do montante que isso pode render aos cofres brasileiros, basta lembrar que dados atuais do Banco Central revelaram um ingresso recorde de dólares no Brasil no ano de 2008.

Os turistas estrangeiros gastaram no país US$ 5,785 bilhões de dólares (aproximadamente R$ 10,29 bilhões de reais), 133% a mais do que 2003. Mesmo nos anos anteriores, os investimentos e obras gerados com a Olimpíada devem impulsionar o setor, especialmente com turistas de negócios.

– As Olimpíadas vão proporcionar uma exposição e promoção não só da cidade do Rio, mas de todo o Brasil no exterior.Será um ganho incalculável para no sso turismo e a nossa economia no longo prazo – comentou o ministro do Turismo, Luiz Barretto, que integrou a delegação brasileira em Copenhague.

Para que toda essa expectativa de crescimento se torne realidade, os políticos e o comitê organizador dos Jogos terão de trabalhar de forma transparente, para que a corrupção passe ao largo e o resultado final seja o mais real possível.