| 24/09/2009 03h59min
A professora que puniu o aluno que pichou a escola dias após um mutirão da comunidade ter pintado o prédio, em Viamão, não será advertida. Apesar da contestação dos pais, autoridades da Secretaria Estadual de Educação (SEC) consideram que a medida teve caráter pedagógico.
Depois de identificar o aluno que riscou seu nome em uma parede da sala de aula, a docente Maria Denise Bandeira, que também é vice-diretora, exigiu que o adolescente de 14 anos apagasse as marcas e retocasse a pintura de outras oito salas de aula da Escola Estadual de Ensino Médio Barão de Lucena, na Vila São Tomé. Revoltados por entender que Maria Denise humilha o filho durante a tarefa, considerada desproporcional ao dano cometido, os familiares se queixaram à direção e encaminharam e-mail à SEC. Durante a gravação, a professora se refere ao aluno como “bobo da corte” e ameaça colocar o vídeo no You Tube.
Após ouvir a professora e a diretora da escola, o responsável pela 28ª Coordenadoria
Regional de Educação, Elton
Ferreira, concluiu que não há subsídios para uma sindicância.
– Como coordenador e cidadão, eu aprovo a atitude dela. Eu acredito que a professora agiu corretamente, e pelo que vi e ouvi até agora não há subsídios para abrir uma sindicância – defendeu ele.
Nos últimos dias, o coordenador responsável pela apuração do episódio, que poderia resultar em uma punição à professora, disse ter recebido mais de cem e-mails da comunidade – a maioria defendendo a conduta da professora.
Segundo ele, a coordenadoria pretende ouvir outros envolvidos, inclusive os pais do aluno, mas em princípio nenhuma medida será tomada.
Confira o vídeo em que professora
obriga aluno a pintar parede pichada:
Ontem, a diretora pedagógica da SEC, Sonia Balzano, também
defendeu a punição aplicada ao aluno.
– A punição determinada pela professora foi correta. Não permitiu que se passasse em brancas nuvens o que o aluno fez ao pichar a sala. E, se o aluno não aprende na escola, vai pagar caro depois. No vídeo se percebe que a atitude da educadora tem uma clara intenção educativa, ela inclusive fala da importância de se cuidar da escola e do trabalho que foi feito, enquanto o menino parece que está levando na brincadeira – analisa.
O pai do aluno, José Dinis Peixoto de Oliveira, 40 anos, que é gerente de pista de um posto de combustíveis da Capital, ficou frustrado com a decisão, mas salienta que a família recorreu ao Conselho Tutelar e espera providências.
Entenda o caso
- Dias depois de toda a escola ter sido pintada em um mutirão, foi encontrada uma pichação com canetinha preta embaixo da janela de uma turma da 6ª série. Era o apelido do estudante
envolvido
- Ao identificar o aluno responsável pelo ato, a professora
chamou os pais e disse que o aluno precisaria repintar a parede
- No dia 16, o aluno fez a pintura na sua sala. Quando acabou, a professora o levou para outras oito salas de aula para que retocasse pontos brancos que haviam manchado as paredes azuis
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