| 22/09/2009 03h41min
A punição a um aluno que pichou a escola dias após um mutirão da comunidade ter pintado o prédio virou motivo de polêmica em Viamão. Após a identificação do estudante, a professora que liderou o movimento determinou que ele apagasse as marcas e fizesse retoques na pintura de outras oito salas de aula da Escola Estadual de Ensino Médio Barão de Lucena, na Vila São Tomé.
Veja o vídeo:
Parte da punição aplicada ao estudante de 14 anos, que estuda na 6ª série, foi gravada em vídeo por colegas de outras turmas e entregue ao pai do aluno. Revoltados, os familiares se queixaram à direção da escola e encaminharam e-mail à Secretaria Estadual da Educação criticando a ação da professora.
No
vídeo, a professora emprega expressões como “bobo da corte” e ameaça colocar as imagens
no site YouTube. Gravadas por alunos que pretendiam registrar um jogo de futebol na escola, as cenas indignaram os pais.
– Ele foi humilhado, agora não quer mais nem ir na escola, já perdeu duas provas. Ele está com vergonha e chora muito. Sabemos que ele errou, mas não precisavam fazer isso – queixa-se a mãe, a dona de casa Andréa Nunes da Silva, de 35 anos.
A professora admite estar arrependida de ter chamado o menino de bobo da corte, mas justifica como um impulso, e defende a punição aplicada. Segundo ela, a escola gastou mais de R$ 1,8 mil em tintas e dedicou quase oito meses de preparação, incluindo uma arrecadação entre os alunos. O mutirão foi em 7 de setembro, com apoio de 40 voluntários mórmons.
– Posso ter me excedido, mas é complicado. A gente pinta, se esforça, trabalha, e aí alguém vai lá e estraga tudo. Ele nunca teve vergonha de pichar. E pichação é crime – critica ela.
Ao fim do vídeo, a professora desabafa em
frente aos estudantes:
– A gente ficou com os
braços doendo, pintamos das oito da manhã às sete da noite. É inadmissível, comecem a denunciar: “professora, eu vi”. Olha a diferença dessa escola! Não custa ajudar, pessoal, é a escola da gente.
Na sexta-feira, os pais se reuniram com a direção. Houve registro em ata. A diretora, Leila Rossi Borges, afirma ter dificuldade para se posicionar:
– Não sei te dizer se o que houve foi excesso, porque eu não vi o vídeo. De repente ela se excedeu, mas se ela agiu assim foi num ímpeto, disse sem pensar. Nem sei como proceder.
Até ontem, a Secretaria Estadual da Educação também não havia se manifestado sobre o caso.
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