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 | 29/08/2009 05h10min

Capitão Nascimento para arrumar a defesa do Inter

Diogo Olivier, colunista online  |  diogo.olivier@zerohora.com.br


A volta de Fernandão ao Beira-Rio com a camisa do Goiás é o evento do fim de semana. Até o gremista mais fanático há de concordar que a curiosidade está toda no jogo do Inter, ainda que vencer o Botafogo fora de casa  mobilize a metade azul do Rio Grande, também a partir das 18h30min deste domingo.

Como será a acolhida ao capitão do mundo? Em que intensidade? Ele vai mesmo jogar? E, se jogar, fará gol? E se fizer gol, vai comemorar? E se fizer gol e comemorar, qual será a reação dos colorados? É enredo de filme de suspense com matizes dramáticos, não resta a menor dúvida.

Ainda mais depois da mágoa manifestada por Fernandão ao, segundo ele, pedir para jogar no Inter outra vez e não encontrar receptividade nos dirigentes. Mas não é justo que um outro reencontro com a torcida fique obscurecido, sobretudo quando o personagem vestirá verde em vez de vermelho.

Fabiano Eller, campeão mundial tanto quanto Fernandão, reestreia no Inter neste domingo. E com uma mudança de perfil.  Hoje, Eller é mais xerife do que zagueiro clássico, embora não tenha perdido os predicados com a bola.

Não é todo dia que um clube pode comemorar a volta de um ídolo que fez história como Fabiano Eller. Quando chegou por indicação de Abel Braga no começo de 2006, tinha fama de zagueiro faceiro. Daqueles de semear o pânico ao sair jogando, pelo menos para os padrões gaúchos. Não era de falar muito.

Com o tempo, ganhou a confiança da torcida justamente por evitar o balão ou a ligação direta. No primeiro jogo da final da Libertadores, contra o São Paulo, no Morumbi, foi volante quando o time retomava a posse da bola. Fabiano Eller avançava pela esquerda, Edinho recuava e compunha a zaga.

Desta vez, Eller chega com a naturalidade de quem, de fato, retorna ao lar. Brinca com esta condição. Diz que anda dando mais entrevista do que o presidente americano Barack Obama. E faz uma revelação: se não fosse jogador, Fabiano queria ser policial. De preferência do Bope, como no filme tropa de Elite. Tipo Capitão Nascimento mesmo, de invadir sem pedir licença tomando conta do pedaço:

— Eu queria subir morro mesmo, sentir aquela adrenalina. Sei atirar. Tenho um sítio no Rio de Janeiro. Sou craque na minha espingarda de pressão. O policial trabalha, se arrisca e é mal remunerado. Tudo para ajudar o próximo. Admiro isso.

Para quem contou abertamente como foi a briga a socos com Fábio Costa no vestiário do Santos, a imagem do Capitão Nascimento é perfeita para a tão vilipendiada e agredida defesa do Inter. Uma defesa que leva um, dois, às vezes três gols por jogo com espantosa naturalidade. Fabiano Eller chega para arrumar a casa.

Se o meio-campo ajudar e marcar melhor, o Capitão Nascimento colorado terá a vida facilitada. Como se sabe, zagueiro bom é zagueiro protegido. Do contrário, Eller ficará a toda hora no mano-a-mano com o atacante. O que apenas o aproxima da condição de soldado do Bope, segundo sua própria analogia:

 — Assim como o policial que sobe o morro, zagueiro fica exposto na frente do atacante. Assim como o capitão Nascimento, zagueiro tem que comandar ali atrás. Assim como o cara do Bope, zagueiro não pode errar. São profissões parecidas.

A volta de Fabiano Eller não merece, por tudo o que ele conquistou no clube, desaparecer diante do tsunami emocional provocado pela presença de Fernandão no Beira-Rio, neste domingo. Não é todo o dia que um time de futebol ganha o reforço de um policial do Bope em suas fileiras defensivas.


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