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 | 09/07/2009 05h10min

Com Las Brujas pai e filho, o Estudiantes já é campeão

Diogo Olivier, colunista online  |  diogo.olivier@zerohora.com.br













O começo da final da Libertadores, ontem. Vi o jogo todo. Torci, e muito, pelo Estudiantes.

Já conhecia a história dos Verón, pai e filho. Juan Ramón, atacante, La Bruja, ícone do time tricampeão da Libertadores — mas tri mesmo, assim seguido, 1968, 1969, 1970. Campeão do mundo em 1968. Juan Sebastián, volante, La Brujita, astro da seleção argentina, do Manchester United, do Chelsea, da Internazionale.

Aos 34 anos, La Brujita podia estar jogando no Japão, nos EUA, na Turquia, enchendo os bolsos de dinheiro. Escolheu ficar perto do pai.

Em tempos de intolerância e de jogadores que beijam a camiseta do seu novo clube a cada semestre, a relação dos Verón é um amanhecer ensolarado após uma longa e tenebrosa tempestade. O filho voltou à Argentina a pedido do pai.

La Bruja alimentava o sonho de vê-lo entrando em campo em La Plata diante do estádio cheio (foto), como ele há 40 anos, todo de branco e vermelho, com a camisa do Estudiantes, recolocando o time no caminho dos títulos continentais. Exatamente como aconteceu ontem.

La Brujita tinha 29 anos quando atendeu o pedido paterno e voltou para casa, em 2004.

Acumulava algumas lesões, mas estava longe de se aposentar. Quando vi a entrevista concedida por La Bruja ao canal Fox Sports, ontem, aí é que resolvi me embandeirar de Estudiantes mesmo. 

O pai recordou dos tempos em que levava o filho pela mão até o estádio.

Dizia: "um dia tu vais jogar aqui". E apontava para o campo. Os olhos de La Brujita brilhavam, enquanto o sorriso infantil se abria e encantava. Só os pais sabem como é sentir o sorrido lindo de um filho feliz.

Diante de um enredo destes, como eu poderia torcer pelo Cruzeiro?

Meus amigos me recriminaram. "Apátrida", eles disseram. Torcer para um argentino contra um brasileiro e, o mais grave, em futebol? Mas, numa hora dessas, que diferença faz cantar este ou aquele hino com a mão no peito? Em tempos de intolerância de todos os matizes no futebol, o sentimento que move os Verón é um bálsamo.

O futebol vale por isso. Ganhar a qualquer custo não tem graça nenhuma.

Às vezes, nem é importante. Responda você mesmo: se Juan Sebastián Verón, depois do 0 a 0 de ontem na Argentina, deixar a Libertadores escapar no Mineirão, ele será um derrotado? Depois do que fez em nome do pai, ele é o mais campeão de todos, isso sim.


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