As duas equipes mais poderosas e tradicionais da Fórmula-1 admitiram que a equação entre o esforço para tornar seus atuais carros vencedores e o tempo que resta até o fim do Mundial (nove provas) é insolúvel e estão trabalhando visando a 2010 para reaver a hegemonia. Ferrari e McLaren estão tendo suas piores temporadas em 10 anos.

Os times reconhecem ainda outro ponto: o esforço na batalha pelo título de 2008, vencido por Lewis Hamilton e a McLaren na última corrida, minou as forças das equipes e atrasou o início dos trabalhos para este ano, marcado pelas mais radicais mudanças no regulamento técnico em duas décadas (volta dos pneus slicks, introdução do Kers e corte na pressão aerodinâmica). Na contramão, a Brawn (na época Honda) reconhecidamente teve como um de seus segredos para o sucesso deste ano o fato de ter começado ainda no início de 2008 os trabalhos visando a este ano.

Não é que Ferrari e McLaren simplesmente interromperão as melhorias nos atuais carros. Porém, não será empregado nenhum recurso extra para desenvolver a toque de caixa uma solução muito revolucionária. Em tempos de crise, o risco de se jogar fora tempo e dinheiro é enorme.

– Teremos algumas atualizações (para o GP da Alemanha, em Nürburgring, domingo), o que deve melhorar um pouquinho o carro. Espero ter um carro competitivo, para talvez brigar por pódio. Vencer não será fácil, mas a gente tem de fazer o melhor a cada etapa. Mas a gente já está se concentrando bem no carro do ano que vem – disse Felipe Massa.

Basicamente o que já fez Ferrari e McLaren jogarem a toalha e se concentrarem em 2010 foi a confirmação de que o regulamento não sofrerá nenhuma alteração significativa a não ser a proibição dos reabastecimentos. Em resumo, as equipes vêm trabalhando para entender o porquê de estarem indo tão mal agora e virarem o jogo a longo prazo.

– Temos de assegurar que teremos um bom ano que vem. Dizer que não tentaremos vencer não é do nosso espírito. Trabalharemos para aplicar os recursos necessários e que sejamos competitivos – falou o chefe da McLaren, Martin Whitmarsh.