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 | 02/07/2009 05h10min

Trocar de técnico não vai adiantar nada no Inter

Diogo Olivier, colunista online  |  diogo.olivier@zerohora.com.br

 Foto: Diego Vara










Tudo bem que o técnico Tite errou feio ao escolher Glaydson, um volante obscuro de 30 anos, para substituir o talentoso e jovem volante Sandro na final. Pior: deixou Andrezinho e sua qualidade de passe no banco de reservas. Assim, o meio-campo restou comprometido, afetando o time inteiro no primeiro tempo. Quando ele entrou, a 20 minutos da segunda etapa, tudo mudou. O Inter passou a jogar, recuperou algum equilíbrio de enfrentamento, buscou o empate em 2 a 2 e, ao menos, devolveu a dignidade ao Inter na final, que ganhava contornos de fiasco com o começo desastroso.

Mesmo assim, o Inter não deve achar que está tudo errado e pensar em mudar de técnico, como cheguei a ouvir ontem após a derrota para o Corinthians.

Se levarmos em conta os erros de arbitragem da primeira partida, ficam ainda menores os motivos para pensar em troca de comando. Vou além: nem um eventual insucesso na Recopa em Quito, contra a LDU, justificaria um atitude tão radical. O crédito da comissão técnica ainda é bastante razoável. Em um ano de trabalho, são dois títulos (Copa Sul-Americana e Gauchão invicto) e um vice (Copa do Brasil). No Brasileirão, o Inter lidera com os mesmos 17 pontos do Atlético-MG. Vale lembrar: o Inter não decidia uma Copa do Brasil há 17 anos.

O que precisa ser feito, isto sim, são ajustes de grupo. Alguns reservas afundaram quando o time necessitou deles: Danilo Silva, Marcelo Cordeiro, Glaydson, Leandrão. No caso de Danilo Silva, pode-se dar um desconto. É jovem, talvez tenha sido lançado às feras cedo demais. O fato é que se o Inter tiver que recorrer a eles novamente, sobretudo na hora decisiva, terá problemas no Brasileirão.

Outra questão fundamental é como o Inter atravessará a janela de agosto. Para ter chances de título no Brasileirão, não pode perder qualidade. A dependência de Nilmar, a partir da convocação para a Seleção Brasileira, revelou-se mais profunda do que o recomendável. Perdê-lo seria terrível. E, dependendo da proposta europeia, será impossível mantê-lo.

Talvez seja o caso de, ao menos, examinar a conveniência do esquema com os três volantes, mesmo que Guiñazu e Magrão atuem também como apoiadores. De uns tempos para cá, o losango do meio-campo parecer ter perdido a capacidade de surpreender o adversário.

Para concluir: a direção tem obrigação de ter uma conversa forte e definitiva com D'Alessandro. Ele é um grande jogador, mas não pode confundir raça e envolvimento com irresponsabilidade. Ao reclamar e ser expulso no momento do empate em 2 a 2, prejudicou os seus companheiros.

Claro que o Inter não faria três gols em 15 minutos, mas se havia alguma remotíssima, quase invisível chance de reação, ela morreu ali. Aquele destempero não pode acontecer de novo com um jogador experiente feito o argentino. Ao menos foi louvável a sua atitude ao fim do jogo, concedendo longas entrevistas e não fugindo de dar explicações.

Enfim: reconhecer os erros, sim. Mudar tudo, não.



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