O X da Educação | 17/04/2009 11h58min
Ultimamente, a violência no sistema escolar tem chocado a sociedade. O que parecia ser simples espasmos decorrentes de fatos extraordinários, hoje é tema das conversas cotidianas. Quando o discurso corrente levanta a máxima de que apenas a educação pode salvar o mundo, a agressão aos professores figura como uma estaca no coração da esperança coletiva.
O aluno “agressor” constitui a exceção perto dos alunos não agressores. O problema que as exceções se repetem com mais frequência e as mesmas exceções se prestam para generalizações infundadas tipo “os alunos de hoje são violentos”.
Outro risco é o de que a disseminação do tema se banalize e não surpreenda mais, deixando de abrir um debate que viabilize planos de ação.
A temática parece ficar circunscrita às agressões físicas e aos traumas psicológicos decorrentes dela. Entre socos, pontapés, ocorrências policiais e tratamentos psiquiátricos apenas a relação professor/aluno é desvelada.
A educação passa por uma séria crise de legitimação em que as batalhas viscerais entre alunos violentos e professores mal pagos são uma consequência. Entre os vários fatores responsáveis pela origem da guerra, encontram-se a falta de perspectivas futuras dos alunos e o aumento da violência urbana. A emergência de outras fontes de informação, entre as quais a TV e a internet, que destitui a escola (e o professor) do papel enquanto o mais importante “templo” do saber, também influencia.
Não é possível esquecer que a educação, para alguns governos e instituições privadas, converteu-se em um “meio” e não um “fim”. Significa que educar pode ser menos importante do que os números de votos ou do que os lucros que uma instituição pode ter. Cria-se uma relação que transforma o professor em refém, desvalorizando-o. Até que ponto o professor pode recriminar o aluno que se excede, reprovar aquele que não estudou e se impor diante uma turma “fora de controle”?
As questões são provocativas e devem ser lidas como uma mudança de foco de atenção no aluno agressor. Mesmo que este seja o responsável, talvez ele não seja o único culpado, pois, afinal, os professores estão recebendo um grande tapa coletivo em que nós somos autores.
Você concorda com o fato de que um aluno deve ser reprovado por ter sido pego colando na prova? E se este aluno fosse o seu filho? E, se seu filho tivesse que repetir o ano letivo e você tivesse que sustentá-lo por mais um ano? Você manteria o seu filho na mesma instituição de ensino? O que você falaria do professor que fez esta “maldade” com ele? Você enviaria para ele uma maçã no dia dos professores?
* DIRETOR ACADÊMICO DA ESPM-RS E DOUTOR EM COMUNICAÇÃO
E,este artigo me fez verificar muitas verdades que certos educadores não querem ver por praticidade, descaso, ou simplesmente por "medo" de assumir um novo papel na educação. O papel de aprendente, de valorizar os conhecimentos pévios dos seus alunos e consequentemente valorizá-los como seres humanos com suas expectativas e capacidades. Sou uma educadora utópica que vê nos alunos mais do que falam, mas o que sentem e o querem exprimir. O que vale para muitos educadores é a nota na correção da prova para então provar que o aluno não "estuda". Mas ainda existem educadores que tem consciência que a verdadeira aprendizagem é através da socialização, da cola, do trabalho coletivo e prazeroso.
sou professora e fiquei muito decepcionada com esse artigo. penso que nós educadores é qe temos autoridade sobre nossas ações, nunca questionei e nem desvalorizei um profissinal da área da comunicação. é uma pena que perante um sociedade tão fragilizada e tumultuada artigos como esses ainda sejam escritos. reprovar não é maldade de professor. conheça um PPP de uma escola e converse com professores antes de falar um absurdo desses. realmente estou muito decepcionada!!!
Grupo RBS Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2011 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.