O X da Educação | 06/03/2009 14h41min
Quando comecei no magistério, em 1980, a noção que se tinha de um professor passava suficientemente pela qualidade de ser o detentor do conhecimento específico de sua área. Se alguém propusesse um estudo voltado para as etapas de desenvolvimento das crianças e de como funciona a cabeça do jovem, de imediato, era visto como matador de tempo.
E por que alunos de 10, 11 anos não conseguiam aprender questões como divisão, expressões numéricas, problemas matemáticos, se fazíamos tantos grupos de estudos e nos esforçávamos para que nossas aulas fossem tão boas que beirassem a perfeição? A resposta veio com a abertura política, estudos e pensadores que nos deram caminhos para reflexão.
Ser professor, hoje em dia, não se resume a um esforço solitário de aquisição e transmissão de conhecimentos. É enxergar que estamos lidando com vidas, conflitos e expectativas. É estar envolvido com pessoas.
Para ser um bom professor, preciso conhecer o meu aluno, sua história, esperanças e sonhos, atribuindo significados aos conteúdos e mobilizando os educandos para que queiram ir mais à frente. Também é importante que o professor leve em consideração que uma sala de aula é um grupo de pessoas e que seu papel é, ou deveria ser, de liderança e de autoridade. Além disso, um bom professor, necessariamente, precisa ser um bom comunicador, para expressar conteúdos e transmitir estados afetivos.
E, finalmente, um bom professor é uma pessoa que ensina, mas que também aprende. É um ser apaixonado pelo que faz e pelos seus alunos. Prepara o ambiente de aprendizado. Não deixa a turma perder os limites, mas sabe rir junto com seus alunos. É uma pessoa que acerta, mas também erra. Caminha com seus alunos. Progride com o seu grupo de trabalho e reconhece que cada um é um ser em desenvolvimento. Acolhe e cuida. É exigente e estimulante.
A tarefa é bastante árdua, pois reunir todas essas características em um só professor é uma meta que pode levar uma vida inteira. Por isso, dizemos que a carreira do magistério é dinâmica e que a capacitação docente é contínua. Começa no primeiro dia em que entramos em uma sala de aula e provavelmente não acabará nunca.
ZERO HORAExistem momentos em sala de aula que o confronto, a imposição, o super-valorizar do "conteúdo", a indisciplina ganham relevancia em sala de aula. Ainda mais quando este educador se julga o detentor do conhecimento já previamente elaborado para ser transmitido ao aluno que deve aprender...e sem opinar. É claro! Desculpem minha ironia. Mas quando penso em situações que nossos alunos são obrigados a aguentar em sala de aula por ser pública e porque seus "educadores" são concursados...Quem pode mudar isto? A direção? A coord. Pedagógica da escola? Olha, em muitas escolas que conheço o caos está tão grande! Acredito que somente o Ministro da Educação possa tomar medidas que acolham nossos alunos
Ao cumprimenta-la estima professora que na minha opinião tem amor ao que faz, é uma satisfação ler pessoas que realmente gostam e tem amor ao que faz. Independente de remuneração, apenas ensinando e aprendendo com cada ser que passa em sua vida. É lamentar que tenhamos outro tipos de professores que deveriam mirar-se nesse exemplo. Parabens e um grande abraço. Débora. Acadêmica de Filosofia.
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