O X da Educação | 04/03/2009 12h32min
Professor do Programa de Pós-graduação em Comunicação e Informação da UFRGS, Alex Primo sustenta que o mundo digital deu origem a um novo padrão de estudante, acostumado ao uso da tecnologia. Para se adequar a esse perfil, escolas e educadores devem rever suas práticas. Confira trechos da entrevista a ZH:
Zero Hora – Qual principal o impacto das novas tecnologias na vida do estudante?
Alex Primo – O acesso às informações. Antes, a educação era baseada no livro, e os livros eram prescritos pelos professores como a informação que devia ser estudada, onde estavam as respostas. Hoje, mesmo uma criança tem possibilidade de buscar as soluções na internet.
ZH – O que isso muda?
Primo – Constrói na criança o espírito da investigação. Não é o professor que entrega uma resposta pré-definida. Ela vai atrás para construir suas respostas.
ZH – É um novo aluno?
Primo – Sem dúvida. Antigamente, falava-se em ensinar. Hoje, é preciso ter preocupação maior com a educação, como um processo global para a aprendizagem e para a produção ativa. O aluno não quer mais se sentar e ouvir, porque ele está acostumado a produzir por meio das novas tecnologias.
ZH – Isso exige uma adaptação na maneira de dar aula?
Primo – Demanda-se um maior dinamismo nas aulas e a valorização da expressão multimídia: usar fotos, sons, textos em blogs para os estudante poderem valorizar aquela linguagem que eles conhecem. Se não se fizer isso, fica um hiato muito grande entre linguagem do aluno e do professor.
ZH – Os jovens de hoje têm menor capacidade de concentração?
Primo – Uma vez escutei que havia professores que ensinavam em blocos de 15 minutos e contavam uma piada, para seguir o ritmo da televisão. Agora, percebemos uma mudança, as pessoas se afastando da TV e indo para o computador, onde a dedicação é total. Ficam horas no computador. A diferença é que hoje se navega em muitas janelas ao mesmo tempo. O jovem conversa, navega, vê vídeos, tudo ao mesmo tempo. Então, é uma concentração fragmentada.
ZH – A internet estimula a cópia de trabalhos?
Primo – O plágio, a cola da enciclopédia sempre existiu. Eu lembro de fazer isso quando criança, vários alunos copiavam informações das enciclopédias, o professor recebia muitas cópias e nem se dava conta. Não é um problema novo, da internet. O interessante é que o aluno comece a reconhecer a importância da consulta às fontes e de valorizar a autoria, não minimizar a importância da busca de informações e citações.
Publicado em 12/02/2009
ZERO HORAAcredito na tecnologia na educação, e que esta bem conduzida, orientada é de grande valia. Hoje nosso aluno chega com maior conhecimento, pois dispoe de recursos mais imediatos como a internete. Cabe a nós educadores não nos deixar levar pelo comodismo e se atualizar sim, possuir o perfil de professor pesquisador e mediador dos conhecimentos. A troca dos conhecimentos com os alunos é muito satisfatória não só pelo conhecimento construido, quanto a confiança e respeito que se conquistará.
Ah, a tecnologia, tudo que um professor quer? Será?! Antes de mais nada é necessário conhecer as tecnologias disponíveis bna escola e por favor, não é somente computador e internet. Tem muito o que fazer, mesmo off line entre outros. Cabe a cada professor sair do marasmo e da receitinha e buscar alternativas... afinal é trabalho do professor buscar formas diferenciadas de ensinar... aluno quieto, sentado e sem abrir a boca é masi do que ultrapassado, a meu ver é algo praticamente extinto.
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