O vice-presidente do Senado, Paulo Paim (PT-RS), disse nessa quarta, dia 12, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende alterar a data de reajuste do salário mínimo. Segundo o senador, além de mudar para 1º de maio a data de reajuste, Lula pretende reunificar as datas de correção de benefícios dos aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Se o mínimo vigorar a partir de maio, líderes do PT defendem que o reajuste seja pago retroativamente a abril, para evitar a perda relativa a um mês. Paim afirmou ainda que ouviu de Lula a promessa de elevar o mínimo para R$ 240 em 1º de maio.

– O valor de R$ 234 informado nessa quarta faz parte de uma análise técnica. Mas a decisão final sobre o valor do mínimo é política e caberá ao presidente dar a palavra final – disse Paim.

Para o senador, a mudança para 1º de abril foi "uma idéia de mau gosto" do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso:

– O 1º de maio é o Dia Mundial do Trabalho. Já o 1º de abril é o Dia da Mentira, uma ofensa aos trabalhadores e aposentados.

Paim, que se notabilizou por defender um salário mínimo de US$ 100 (cerca de R$ 360 hoje), disse que há dinheiro suficiente para pagar o mínimo de R$ 240. Ele disse ter adiado a defesa dos US$ 100 até o ano que vem.

– O mínimo só vigora a partir de 1º de maio, vocês (os jornalistas) querem antecipar, vocês são muito pessimistas – afirmou o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu.

O reajuste para R$ 234 - ou seja, R$ 34 mais do que o valor atual - representaria um adicional de gasto ao governo de cerca de R$ 5 bilhões ao ano.