Com o suposto objetivo de intimidar os parlamentares do PSDB que integram a CPI que investiga o uso dos cartões corporativos, o Palácio do Planalto montou um dossiê que detalha gastos da família do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Conforme reportagem publicada na revista Veja que começa a circular neste final de semana, o governo reuniu dados sobre gastos de FH, da primeira-dama Ruth Cardoso e de assessores por meio das chamadas contas tipo B — um fundo de despesas que antecedeu a criação dos cartões corporativos — em 1998, 2000 e 2001.

De acordo com a revista, que teve acesso a parte do dossiê, o documento lista centenas de compras realizadas pelo gabinete do ex-presidente, como pagamento de gorjetas e aquisição de material de higiene pessoal, e faz insinuações sobre a mistura de recursos públicos com despesas de campanha eleitoral. Estão também discriminados compras de bebidas, alimentos e aluguel de carros.

A ex-primeira-dama é mencionada 23 vezes como beneficiária de despesas com locação de carros, hospedagem em hotéis, compra de ingressos para peças de teatro no Exterior e até como ordenadora da compra de um porta-retratos, no valor de US$ 100, para presentear um oficial da Colômbia designado para acompanhá-la durante visita ao país.

Em nota, a Casa Civil informou que os gastos da Presidência são sistematicamente auditados pela Secretaria de Controle Interno e que as eventuais irregularidades são sanadas e encaminhadas ao Tribunal de Contas da União.

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