O tradicional rachão de véspera de jogo transcorria normalmente, na tarde desta quarta-feira, no Estádio Mesquita Dias, do Sapucaiense. Perdendo, o volante Jucemar reclamou, ao técnico Círio Quadros, da cera do time adversário.

— E o tempo, professor!? — berrou Jucemar.

Não demorou um segundo para o zagueiro Dias defender a sua equipe:

— Faz 40ºC, está muito quente! Por quê?

Todos caíram na gargalhada. O episódio retrata a tranqüilidade do Sapucaiense para enfrentar o Grêmio, às 17h de hoje, no Olímpico. A equipe descarta sentir a pressão da primeira partida profissional de sua história em um estádio de Série A do Brasileirão. Promete marcar, claro, mas também atacar.

Até porque vitória ou empate deixam o Sapucaiense perto da próxima fase mesmo no ano de estréia na competição — desde que a Ulbra não vença o Esportivo, domingo, em Canoas. Aí, a vaga será decidida na última rodada, quando haverá o confronto Sapuca x Ulbra.

Mais experiente do grupo, Dias, 37 anos, ex-Pelotas, sabe como o time deve se portar em campo hoje.

— A ansiedade será normal, não pode haver medo — ensina.

O atacante Evilásio, autor de quatro gols, concorda. E faz um alerta:

— Não podemos abdicar do ataque. Temos que tocar a bola e ser inteligentes.

Campanha não surpreende

O técnico Círio Quadros reencontrará o Grêmio, clube onde treinou a equipe júnior. Ele admite que o primeiro objetivo era fugir do rebaixamento e garante que a campanha não surpreende.

— No ano passado, estávamos na segunda divisão jogando um futebol de primeira. Mantivemos o trabalho sério e melhoramos a estrutura — destaca.

Ontem, por exemplo, os jogadores saíram do treino e foram direto para uma piscina — de plástico, é verdade — de gelo para relaxar a musculatura. E seguiram para um hotel da Capital, onde ficariam concentrados. Pensando no Grêmio e tendo tempo para discutir o resultado do rachão. O time de Dias venceu o de Jucemar por 5 a 3.