O ministro de Economia e Finanças uruguaio, Danilo Astori, afirmou nesta sexta-feira que o Mercosul está "numa situação muito complicada" por causa da postura protecionista de Brasil e Argentina.

— Nem Argentina nem Brasil aceitam medidas para começar a corrigir as notórias assimetrias do bloco — afirmou. — Uruguai e Paraguai seguem trabalhando para tentar melhorar isso. Reivindicamos, sistematicamente, a desarticulação das políticas de incentivos praticadas por Brasil e Argentina e a eliminação das restrições não-tarifárias — acrescentou, dizendo que os maiores do bloco violam o seu espírito.

Astori assinalou que seu país reivindica o fim "dessas políticas e a flexibilização para avançar em acordos comerciais fora da região". Ele assegurou que o Brasil já teria reconhecido, por meio de seu chanceler, Celso Amorim, que "não é capaz de desarticular as políticas de amparo e protecionismo".

— No Mercosul, hoje, há duas visões diferentes sobre o futuro da integração: uma protecionista, apoiada pelas economias grandes, e outra de abertura, da qual necessitam os países menores, como Uruguai e Paraguai. Caso essas duas visões diferentes sigam coexistindo, vamos seguir tendo problemas no bloco — alertou.