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 | 25/01/2007 00h44min

Gatos podem facilitar adaptação da gripe aviária para o ser humano

Temor é de que animal seja último elo antes de H5N1 se adaptar ao homem

Os gatos podem estar facilitando a adaptação ao corpo humano da cepa H5N1 do vírus da gripe aviária, responsável pela morte de 163 pessoas, segundo publica a revista britânica New Scientist nesta semana. Um estudo elaborado na Indonésia pelo virólogo Chairul Anwar Nidom, da Universidade Airlangga, de Surayaba, demonstrou que um alto percentual dos gatos de rua que freqüentavam mercados onde foram detectadas aves infectadas eram portadores de anticorpos do vírus.

Vários cientistas citados pela publicação disseram temer que os gatos, por serem mamíferos, sejam o último elo antes de o vírus se adaptar ao corpo humano e adquirir a capacidade de transmissão entre pessoas. Foi assim com o vírus da gripe que, em 1918, causou a morte de 50 milhões de pessoas no mundo. Ele começou afetando as aves para depois mutar no organismo de um mamífero, provavelmente um porco, até começar a se transmitir entre humanos.

– Talvez no caso do H5N1, o anfitrião intermediário seja o gato – sugeriu Albert Osterhaus, professor da Universidade Erasmo de Roterdã, na Holanda. Em 2004, ele descobriu que os gatos podiam contrair o vírus.

Da mesma forma que os humanos que também contraem o vírus das aves, alguns gatos morrem e outros sobrevivem. Mas, ao contrário do que ocorre com as pessoas, os felinos transmitem o vírus entre si.

O professor Nidom se surpreendeu com os resultados de seu próprio estudo, que revelou que um de cada cinco gatos de várias zonas da Indonésia onde a gripe aviária tinha causado estragos tinham sido infectados e sobrevivido. O fato de que o vírus possa sobreviver nos gatos aumenta a probabilidade de ele se adaptar para viver no organismo de outros mamíferos.

Nidom verificou que 20% dos 500 gatos de rua analisados eram portadores de anticorpos do vírus. Portanto, tinham sido infectados, possivelmente comendo carne de ave contaminada nos mercados de Java e Sumatra. A percentagem é muito superior à detectada em estudos de aves na Ásia, segundo a New Scientist.

O governo indonésio reconheceu a presença de gatos e cachorros infectados na ilha de Bali. Na Tailândia, vários gatos de uma mesma casa morreram de gripe aviária em 2004. Não há ainda estudos em gatos em Hong Kong e na China. Mas vários morreram no Iraque e pelo menos três na Alemanha, depois de ingerir aves contaminadas.

Osterhaus considera possível que milhares de gatos tenham sido infectados. Como medida preventiva, ele recomendou evitar que os felinos comam aves doentes. Mas isto será particularmente difícil na Ásia e África, onde os mercados estão infestados de animais famintos.

AGÊNCIA EFE
 
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