Obama no Brasil | 19/03/2011 13h19min
Em seu discurso após a reunião com a presidente Dilma Rousseff, o chefe de Estado americano, Barack Obama, defendeu a ação de intervenção da comunidade internacional na Líbia. Segundo ele, os dois conversaram sobre o assunto e os Estados Unidos estão prontos para agir no país árabe.
— Conversei com a presidente Dilma sobre o assunto. Hoje a secretária (de Estado, Hillary) Clinton se juntou a uma reunião internacional para decidir como vamos aplicar a resolução. Estamos decididos a seguir adiante. O povo líbio precisa ser protegido. Estamos dispostos a agir e de forma urgente — disse Obama, mas sem dar detalhes sobre como seria a ação.
O presidente americano recebeu informações sobre a situação na Líbia durante reunião com Dilma. Ele interrompeu a conversa e autorizou as ações no país. Logo depois, teria explicado para a presidente do Brasil que a intervenção dos seus assessores se tratava sobre o impasse no país africano.
Sem fazer uma defesa efusiva, o presidente americano apenas expressou apoio à vaga permanente para o Brasil no Conselho de Segurança da ONU. Obama disse que espera que o Brasil "se associe" ao Conselho, diferente do apoio ansioso que fez em novembro do ano passado por uma vaga para a Índia no órgão. Dilma, por sua vez, defendeu uma reforma fundamental no Conselho e expressou o desejo do Brasil de fazer parte dele.
— O Brasil tem compromisso com a paz, a democracia e o consenso. Esse compromisso é integrante dos nossos valores. É princípio escrito na nossa constituição. Temos orgulho de viver em paz com nossos 10 vizinhos há mais de um século — defendeu a presidente.
Economia pautou discursos
O crescimento econômico do Brasil e as parcerias comerciais entre os dois países ocupou a maior parte dos 20 minutos que duraram os pronunciamentos de Dilma e Obama. O americano afirmou que seu país "não somente reconhece o crescimento econômico do Brasil, mas também apoia esse crescimento".
— O crescimento extraordinário do Brasil tem chamado a atenção do mundo todo, graças ao sacrifício de pessoas como a presidente Rousseff. O Brasil saiu da ditadura para a democracia e é uma das nações que mais crescem no mundo. Hoje, os Estados Unidos e o Brasil são as maiores democracias desse continente e também as maiores economias — disse Obama.
Conforme esperado, o presidente defendeu, ainda que de forma discreta, parcerias comerciais entre os dois países e afirmou que, assim que o Brasil quiser vender o seu petróleo, os Estados Unidos estão dispostos a comprá-lo, em uma relação que será benéfica para os dois países. Dilma, no entanto, criticou abertamente o protecionismo americano com relação às exportações e também as medidas tomadas por Obama sobre o dólar para conter a crise econômica, que impactaram as moedas de todo o mundo.
— Buscamos relações comerciais mais justas, sem barreiras. É fundamental que sejam rompidas as barreiras que se erguem contra nossos produtos, como etanol, carne, aço, algodão e suco de laranja — destacou Dilma.
Descontração americana
Na tentativa de ser simpático, Obama usou de descontração em dois momentos de seu discurso. Ao agradecer o que chamou de "hospitalidade irrefutável" do Brasil, o presidente ensaiou um "muito obrigado", em português.
Além disso, quando citou o apoio de empresas americanas para a preparação do Brasil às Olímpiadas de 2014, Obama disse que "ainda fica muito triste ao pensar nisso", já que a cidade de Chicago também concorria para ser sede olímpica e foi refutada pelo comitê.
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Foto:
Roberto Stuckert Filho/Presidência
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