| 22/02/2011 16h38min
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou nesta terça-feira que, diante das dificuldades de obter autorização para voos na Líbia, o governo do Brasil negocia um navio da Itália para retirar os cerca de 130 brasileiros que estão em Benghasi - uma das cidades onde houve protestos mais violentos na Líbia. Já a ministra das Relações Exteriores da França, Michele Alliot-Marie, disse que os franceses também colocaram voos à disposição dos brasileiros.
A previsão é que, a pedido dos líderes políticos da União Europeia, o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas se reuna na sexta-feira , em Genebra. O objetivo é aprovar uma moção em repúdio aos atos de violência registrados durante os protestos na Líbia. Há suspeitas de crimes contra a humanidade.
Paralelamente, Patriota disse que evoluem os esforços para a retirada dos brasileiros que estão na Líbia.
— Também está sendo examinada a possibilidade e já foram contatadas companhias [de navios] na Itália para eventualmente atracar em Trípoli e Benghasi. A notícia relativamente tranquilizadora para os que estão em Benghasi é que a cidade amanheceu sem distúrbios hoje [22] — afirmou Patriota.
A ministra francesa, que passou o dia em Brasília, reafirmou que a França se dispõe a ajudar o país no transporte dos brasileiros que queiram sair da Líbia. Alliot-Marie afirmou ainda que não há informações sobre atos de violência contra estrangeiros, mas que o alerta deve ser mantido.
— Não houve atos contra estrangeiros e isso nos conforta um pouco. Quando há violência, há risco de violência colateral. Por isso fazemos de tudo para que as pessoas possam sair [da Líbia]. Por isso estamos fazendo algo que possamos nos ajudar mutuamente e colocamos isso em disposição — disse a chanceler francesa.
Famílias cobram agilidade do Itamaraty
Parentes de brasileiros que não conseguem deixar a Líbia devido à onda de protestos contra o governo de Muammar Khadafi cobram agilidade do Ministério das Relações Exteriores. Eles querem que o governo acelere as negociações para retirada dos brasileiros da cidade de Benghazi, um dos principais focos de protestos.
Filha de um funcionário da empresa Queiroz Galvão que está na Líbia, a carioca Mariana Hansen reclama da falta de articulação do Itamaraty, que não informa as famílias sobre as negociações de resgate e sobre a situação em Benghazi. Segundo ela, países europeus e "até o Egito, que há pouco dias enfrentou uma crise semelhante", já retiraram seus compatriotas da Líbia.
— Todos os parentes de brasileiros presos em Benghazi querem suas famílias de volta. Vamos cobrar isso. O Itamaraty tem que tomar um atitude igual aos outros país. Por que os brasileiros continuam lá se os outros países conseguiram tiraram seu povo? — questionou.
>>Líderes pressionam pelo fim da violência na LíbiaGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2011 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.